A partir de artigos e textos lidos e das mensagens da lista extrai algumas das considerações que foram significativas para mim (pelo menos até o momento).
As colocações de Pedro Demo no livro "Questões
para a Teleducação" que o Trazíbulo nos apresentou
permitem várias reflexões. Além da avaliação
penso que Pedro Demo, aponta uma série de questões que nos
fazem refletir sobre a EAD e seu futuro.
Voltando a avaliação gostaria de destacar alguns pontos
para discussão:
Não estudamos primeiro para depois sermos avaliados. Somos avaliados enquanto estudamos, e estudamos enquanto somos avaliados. Avaliação é um componente intrínseco da aprendizagem, e , por conseqüência, só faz sentido se for educativa, ou seja, servir para aprender melhor.
E o aluno como sujeito do seu processo de avaliação?
Se entendemos a avaliação como um componente da aprendizagem
e se a aprendizagem acontece a partir das interações, reconstruções
e organizações do aluno, a avaliação
deveria acontecer de forma coerente com o entendimento e processo de aprendizagem.
Avaliação só tem sentido se for educativa. Entretanto, avaliação educativa não é aquela que evita avaliar, mas que avalia com consciencia de suas limitações e potencialidades, além de ser mero instrumento, nunca um fim em si.
É um erro fatal assumir como presencial a prova.
Presencial compreende-se como dialogo critico, criativo, tipicamente
reconstrutivo, entre professor e aluno.
E eu diria também entre alunos.
Como regra todas as avaliações são fragmentárias, incompletas, parcelares.
A avaliação educativa exigiria que o aluno pudesse
sempre refazer sua aprendizagem.
Tenho tentado aplicar essa idéia com meus alunos de disciplinas
presenciais e estou programando para o próximo semestre uma disciplina
a distância onde pretendo implementar essa idéia. Tenho notado
em meus alunos um envolvimento maior nas atividades e menor preocupação
com as notas.
O desafio mais profundo da avaliação não está no aluno, nem nos métodos, mas na qualidade do professor e educador.
As colocações acima me perturbaram e fizeram refletir. Acredito que não basta apontar as dificuldades e os poucos estudos sobre avaliação na EAD. É preciso como disse o Marcus "pensar/criar/estudar novas alternativas, testá-las e, melhor ainda, implementá-las", caso contrário estaremos repetindo questionamentos e posições e não construindo novos saberes.
Acho que este pode ser um caminho para nosso trabalho na segunda.
Ao meu ver os questionamentos da Marlise e da Loiva são
fundamentais e tem ainda muito a ser discutido...
De que forma a contribuição (avaliação
) será efetiva para que os alunos se sintam engajados e parte ativa
do processo de ensino e aprendizagem?
Acredito que o processo de avaliação deva estar intimamente sintonizado com o ambiente de aprendizagem e o processo do aluno e do professor.
Uma nova forma de ensinar necessita uma nova forma de avaliar.
Acredito que mais do que uma nova forma de ensinar a EAD é uma
nova forma de aprender, pois a aprendizagem, neste ambiente, se dá
não só planejada e formalmente. O que significa "uma
nova forma de avaliar?"
Ao participar da Conferência Internacional de Ensino a Distância:
Paradigma de Novo Século, em Florianópolis, no mês
de setembro ficou evidente, no discurso, a preocupação de
que a EAD não deve repetir o modelo antigo de ensino. Mas o que
é o novo modelo de ensino?
Para alguns profissionais e pesquisadores do EAD como PETER KNIGHT
(Banco Mundial), Hermano Carmo (Universidade Aberta de Portugal) entre
outros, vêem que a EAD facilita a transmissão de conteúdos
e informações para um maior número de alunos e em
diferentes lugares. A autonomia e participação do aluno aparece
na medida em que ele escolhe onde, quando e como vai ler o material do
seu curso. A avaliação sempre como provas presenciais, embora
o aluno possa se "auto-avaliar" no decorrer do processo através
de um material de boa qualidade preparado para o aluno. Aqui a ênfase
está no conteúdo! E reflete exatamente a preocupação
de Pedro Demo, quando fala que a Teleducação pode ser somente
um Telensino, realizando a função instrutiva, mas não
a função educativa.
Neste mesmo evento Roger Schank do Institute for the Learning Sciences,
Northwestern University polemizou bastante ao questionar o modelo
de transmissão de informações.
Roger Schank defende que o ambiente virtual deve ser um ambiente interativo,
provocador, que possibilita que o aluno pense, tome decisões, onde
o erro é um elemento da aprendizagem e não uma "chacota"
dos colegas.
"É preciso parar de insistir com a busca de "grau" como fim
da Educação. É preciso parar com os testes e provas
que apenas classificam, parar com educação baseada nas notas
das provas. É preciso parar com currículos irrelevantes,
é preciso eliminar "os cursos" como única forma de ensino."
O ensino baseado em notas e diplomas ensina ou capacita a "ser aprovado"
ou "responder testes", no sentido de responder o que é esperado
pelo avaliador e não a resolver problemas e tomar decisões,
condutas relevantes para lidar com realidade contemporânea.
Será que a mudança de paradigma educacional, incluindo a EAD está no material de boa qualidade, nos softwares e no sistema de avaliação?
Um abraço,
Carla