O gerenciamento da rede precisa estar baseado em alguns padrões que possibilitem a interoperabilidade entre os diferentes dispositivos que a compõem - certamente de diferentes fornecedores. O primeiro passo seria escolher uma plataforma de gerenciamento adequada. Seria, caso se estivesse iniciando uma rede do estágio "zero". Porém, na maioria dos casos, a rede vai crescendo bem antes da necessidade de gerenciamento se tornar uma realidade, e dessa forma a nova decisão é escolher um sistema de gerenciamento integrado compatível com uma plataforma já existente na empresa.
Enquanto o protocolo SNMP mantém-se como um padrão de fato e a ISO tenta concluir o seu conjunto de padrões CMIP, os administradores de rede encontram no mercado uma vasta gama de ferramentas. A grande dificuldade ainda é a integração de diferentes produtos [VER 94].
Um sistema de gerenciamento eficaz deve estender sua capacidade de atuação por toda a empresa, através da rede, com uma visibilidade global da mesma e que permita total controle e monitoração de um único ponto, sempre baseando-se em uma arquitetura aberta capaz de gerenciar múltiplos fornecedores. Na prática é difícil para o administrador da rede determinar como este "mix" tecnológico pode operar normalmente nas redes corporativas e onde se localiza o ponto-chave de sucesso de integração dessas tecnologias. A resposta está nos Sistemas de Gerenciamento Integrado.
Não existe uma receita para se chegar ao melhor sistema mas [BAR 95a] sugere alguns pontos para auxiliar na definição do investimento em um sistema de gerenciamento integrado:
Gerenciamento do sistema: não se pode considerar apenas o gerenciamento em vários dispositivos isolados. O sistema deve ser capaz de relatar a relação dos dispositivos entre si e com a rede;
Virtualização: o sistema deve permitir que seja instalada a infra-estrutura a nível físico, porém, que contemple a " locomoção lógica" dos usuários dentro de qualquer ponto da rede, a qualquer tempo;
Design e planejamento avançado: o sistema deve conter ferramentas avançadas para planejamento, configuração, projeto e distribuição dos dispositivos de forma mais otimizada;
Inteligência: a solução deve ser baseada em inteligência embutida, que permite uma autonomia para execução de tarefas self-healing;
Gerenciamento distribuído: o sistema deve ser capaz de executar processos de gerenciamento de forma distribuída, reduzindo a quantidade de dados trafegando na rede, a critério do administrador;
Gerenciamento global: o sistema deve ser compatível com diversas plataformas de gerenciamento, de modo a atender aquela que a empresa utiliza ou deseja utilizar;
Segurança de evolução: o sistema deve permitir tanto o gerenciamento das tecnologias atuais, como ethernet, token ring, FDDI, etc, como ainda garantir esta capacidade para as tecnologias emergentes como, por ex, o padrão ATM.
Conhecendo os critérios de escolha e as opções disponíveis no mercado, resta escolher a melhor ferramenta. Sob o ponto de vista de mercado é fato que as plataformas que lideram a indústria são o HP OpenView, Netview/6000 e a SunNet Manager, para as redes corporativas, além do HP OpenView for Windows e a Novell NMS para ambientes departamentais [BAR 95]. No Anexos A-1 e A-2 são apresentados dois gráficos com a ocupação de mercado dos produtos de gerenciamento ( baseados em unix) no ano de 1993, segundo [SHA 94] e a nova posição no ano de 1995, segundo [DRY 95]. Qualquer que seja a plataforma em questão, no entanto, deve-se basear o sistema de gerenciamento integrado em padrões abertos e que forneça utilitários para dispositivos de rede ( hubs, roteadores, switches) e servidores, além das facilidades de identificação de falhas, design e projetos.