Gerência de Redes ATM

Por Mouriac Halen Diemer

Índice

* INTRODUÇÃO

* ESTRUTURA DE GERENCIAMENTO DE REDE

* ÁREAS FUNCIONAIS DO GERENCIAMENTO DE REDES

* Gerenciamento de configuração

* Gerenciamento de falhas

* Gerenciamento de desempenho

* Gerenciamento de segurança

* Gerenciamento da contabilização

* PROTOCOLOS DE ADMINISTRAÇÃO DE REDE

* Simple Network Management Protocol

* Common Management Information Protocol

* BASE DE INFORMAÇÕES DE GERÊNCIA

* INTERFACE DE GERENCIAMENTO ATM

* Interface UNI – User-to-Network Interface

* Data Exchange Interface

* LAN Emulation

* ATM TOTAL MANAGEMENT

* ATOM MIB

* Interface M3

* Interface M4

* CONCLUSÕES

 

INTRODUÇÃO

Com o crescimento das redes de comunicação em complexidade e tamanho, torna-se essencial usar ferramentas automatizadas de administração para ajudar os administradores no monitoramento e controle dos elementos da rede. Gerênciamento de rede é o processo pelo qual se controla uma rede de dados complexa a fim de maximizar sua eficiência, produtividade, e confiança.

A estrutura de gerenciamento de redes ATM está atualmente definida em três áreas gerais: gerenciamento de interface incluindo UNI, DXI, e emulação de LANs; gerenciamento de camadas (estrutura de OAM), e gerenciamento de rede como um todo, usada para o gerenciamento da rede ATM em si e de seus serviços, que são atualmente modelados em cinco categorias.

O gerenciamento de interface com a troca de informações no nível de interface é principalmente usado para configuração e alarmes de interfaces ATM e provê a estrutura básica para dois dispositivos diferentes conectarem-se um ao outro. O gerenciamento de camada permite decidir sobre a continuidade ou reinicialização a nível de um segmento ou de circuito virtual fim-a-fim (ambos a nível de VC e VP). É principalmente usado para gerenciamento de circuitos fim-a-fim e permitir a verificação de um circuito de usuário pela rede. O gerenciamento de rede global trata da configuração de uma rede ATM constituída de um ou mais switches, monitorando e controlando os dispositivos ATM na rede. Provê o gerenciamento total de redes sob uma perspectiva top-down.

ESTRUTURA DE GERENCIAMENTO DE REDE

Um sistema de gerenciamento de rede consiste em quatro partes: estação de gerência (ou gerente), agente, MIB, e protocolo de gerência de rede.

A estação de gerência funciona como uma interface do gerente com o sistema de gerência de rede. Traduz os comandos de gerência em monitoramento real e controle dos elementos de rede. Vários serviços providos na estação de gerência incluem aplicações para prover análise de dados e recuperação de falhas, e um banco de dados para fornecer informação de gerência de rede extraída dos bancos de dados de todos os elementos gerenciados na rede.

Cada nodo na rede (inclusive estações terminais) que participa da gerência contém uma entidade de gerência (NME - Network Management Entity) que é um software para executar tarefas relacionadas com a gerência de rede. Cada NME coleta dados com recursos próprios e armazena relatórios estatísticos localmente. NMEs também respondem a comandos do administrador da rede (o gerente). Pelo menos um nodo na rede é designado para uma aplicação de gerência, que inclui uma interface para o gerente administrar a rede. NMEs são chamados de agentes. As aplicações de gerência de rede (NMA - Network Management Applications), sob o controle do operador, respondem a comandos de usuário passando as informações disponíveis em seu banco de dados. Também emitem comandos e trocam informação com as NMEs na rede.

O terceiro componente da estrutura de gerenciamento de rede é a MIB. Uma MIB é uma coleção de objetos, cada qual representa um aspecto particular de um agente gerenciado. Por exemplo, um gerente executa uma função para buscar o valor de um objeto particular ou para mudar as configurações de um recurso de rede modificando o valor do objeto correspondente.

Finalmente, a comunicação entre o gerente e os agentes ocorrem usando um protocolo de gerência de rede. Os dois protocolos de gerência de rede padronizados são o protocolo de gerência de rede simples do IETF (SNMP - Simple Network Management Protocol) e o protocolo de informações comuns de gerência da ISO (CMIP - Common Management Information Protocol). Além de definir um protocolo específico, ambos, SNMP e CMIP, definem uma especificação de estrutura de banco de dados e um conjunto de objetos de dados (MIBs).

ÁREAS FUNCIONAIS DO GERENCIAMENTO DE REDES

A ISO definiu as seguinte cinco áreas funcionais para gerência de redes:

1. Gerenciamento de configuração: As instalações em cima das quais se exercem controles, identificação, coleta dados e disponibilização de dados a objetos gerenciados com a finalidade de ajudar a garantir a operação contínua dos serviços de rede;

2. Gerenciamento de falhas: Os mecanismos que permitem a descoberta, isolamento, e correção de operações anormais de recursos de rede;

3. Gerenciamento de desempenho: Os mecanismos de gerência precisaram avaliar o comportamento de objetos gerenciados e a efetividade de atividades de comunicação;

4. Gerenciamento de segurança: Destina-se aos aspectos essenciais para operacionalizar o sistema de gerenciamento de rede corretamente e para proteger objetos gerenciados.

5. Gerenciamento da contabilização: Os mecanismos que permitem estabelecer o volume de uso de objetos gerenciados e identificar o custo do uso desses objetos.

Gerenciamento de configuração

O gerenciamento de configuração é o processo de achar e configurar dispositivos de rede. É um conjunto de atividades de curto e de médio alcance para controlar os recursos de rede, avaliando desempenho, mantendo arquivos das dificuldades, avaliando e negociando níveis de serviço, gerenciando e mudando níveis de segurança, e negociando custo e carga.

Os usuários desempenham um papel importante na gerência de configuração. As expectativas deles para com os serviço de rede e a demanda por banda é determinada quando a rede é configurada. É importante que estas expectativas sejam satisfeitas com um custo adequado. Se não, é necessário a reconfigurar a rede. Em outras palavras, gerência de configuração consiste na obtenção de dados da rede e de seu uso para administrar todos os recursos por meio de políticas de gerenciamento. Aplicado a uma rede de ATM, incluindo estações terminais, as funções de gerenciamento de configuração incluem:

Gerenciamento de falhas

Gerenciamento de falhas é o processo de localizar problemas ou falhas na rede. É um conjunto de atividades necessárias para manter o nível de serviço de rede desejado. O funcionamento da rede, propriamente dito, é essencial para prover os serviços. Porém, condições anormais como erros excessivos e dificuldades para operar corretamente acontecem. Tais falhas ocasionais precisam ser detectadas depressa. Enquanto os componentes com falha estão sendo consertados ou substituídos para restabelecer a rede a seu estado inicial, a rede pode ser reconfigurada de forma que o impacto de componentes falhos seja minimizado. Quando uma falha acontecer é necessário, tão depressa quanto possível, que se:

Aplicado a uma rede ATM incluindo estações terminais, as funções da gerência de falhas incluem:

Gerenciamento de desempenho

Gerenciamento de desempenho é medir o desempenho do hardware de rede, software, e meios de transmissão. É uma investigação quantitativa dos recursos de rede para verificar que níveis de serviço são mantidos e apoiar outra administração de rede que funciona na configuração e administração de falta. Na maioria dos casos, as aplicações exigem que os recursos de rede operam dentro dos seus limites de desempenho especificados. O gerenciamento de desempenho é usado para monitorar os níveis de desempenho de vários recursos da rede e permitir ajustes para melhorar o desempenho da rede. Esta função detecta a efetividade com que uma rede está entregando serviços a seus usuários. As funções do gerenciamento de desempenho são:

Gerenciamento de segurança

Gerenciamento de segurança é o processo de controlar acesso a rede e proteção de objetos dentro da rede. Envolve a proteção da transferência de informação de usuário autorizado de um local para outro. Os cinco principais serviços de segurança para o seu efetivo gerenciamento são:

Conseqüentemente, as funções principais de um sistema de segurança incluem proteção de armazenamento, proteção de transmissão e recebimento de dados, e controle de transmissão.

Todos estes podem ser cifrados, ou seja, sofrer uma alteração nos dados de certo modo que os torna sem sentido a intrusos sem autorização.

Gerenciamento da contabilização

O gerenciamento da contabilização encarrega-se de identificar o uso de recursos de rede pelos usuários e o custo que incorreu para o serviço. Também é usado para limitar a quantia de recursos alocada a usuários e informá-los dos custos incidentes sobre os recursos que usaram. Os vários processos e procedimentos associados com o gerenciamento da contabilização incluem:

Aplicado a uma rede ATM incluindo estações terminais, as funções de gerenciamento de contabilização podem incluir:

A determinação do custo de comunicação é uma tarefa complexa. Existem vários fatores diretos bem como indiretos que compõem o custo de um serviço. Hardware, software, pessoal, e sobrecarga (overhead) usada para prover todos os diferentes serviços de rede que contribuem com o custo. Porém, a contribuição de cada fator para um serviço específico não pode ser determinada com precisão.

PROTOCOLOS DE ADMINISTRAÇÃO DE REDE

O modelo de gerente/agente (apresentado anteriormente) realiza o gerenciamento da rede através da comunicação entre o gerente e vários agentes. O gerente controla de ponta a ponta a rede, enquanto o agente ajusta e controla os objetos gerenciáveis sob sua responsabilidade da forma como foi determinado pelo gerente, relatando os resultados para o gerente.

A gerência de rede requer um protocolo de comunicação para dar e levar informação entre o gerente e os agentes. Um protocolo de gerência além de intermediar a comunicação deve prover várias funções:

Os dois protocolos de gerência padronizados, SNMP e CMIP, têm seus próprios formatos e sintaxe para especificar os objetos gerenciados, e ambos empregam o modelo de gerente/agente.

Simple Network Management Protocol

SNMP foi desenvolvido pelo IETF e é usado amplamente para administrar redes TCP/IP. É um protocolo sem conexão. Os agentes SNMP residem nos dispositivos gerenciados e são projetados para operar usando os mínimos recursos do sistema, não reduzir a velocidade a operação do dispositivo significativamente de prover serviços de gerência de rede. O agente coleta dados sobre o número e tipo de mensagens de erro recebidas, o número de bytes e pacotes processados pelo dispositivo, o comprimento máximo da fila, e assim sucessivamente, e os armazena na MIB que reside naquele dispositivo. O processamento dos dados coletados é encerrado pela aplicação de gerenciamento. A aplicação de gerenciamento se comunica com os dispositivos gerenciados através do SNMP.

O SNMP é um protocolo da camada de aplicação. Sua interface com a camada de transporte é dada pelo protocolo UDP. Conseqüentemente, pode-se medir redes heterogêneas. Como uma aplicação que utiliza o protocolo TCP/IP, o SNMP pode ser usado para gerenciar dispositivos em várias topologias físicas simplesmente autorizando o TCP/IP a lidar com os protocolos de níveis mais baixos.

O SNMP provê dois serviços básicos: a busca e o armazenamento de variáveis. Ele opera de forma que variáveis novas pode ser definidas na MIB sem requerer qualquer mudança nos comandos SNMP (em contraste com protocolos de gerência que possuem comandos diferentes para uma variedade de tarefas diferentes e que necessitariam de comandos novos para variáveis da MIB recentemente definidas). Os cinco comandos do SNMP são:

  1. get-request: Buscar um valor de uma variável especificada;
  2. get-next request: Permite buscar uma variável sem saber seu nome exato; usado para pesquisar em tabelas;
  3. get-response: Respostas para um comando de busca, com os dados pedidos;
  4. set-request: Armazena um valor em uma variável particular;
  5. trap: Envia uma mensagem em resposta a um evento ocorrido.

Os comandos e respostas SNMP contêm um nome de comunidade e dados. O nome de comunidade provê uma forma de autenticação, identificando um conjunto de gerentes de sistema que possuem permissão para executar comandos SNMP, enquanto que os dados contêm um comando SNMP ou uma resposta.

Common Management Information Protocol

O CMIP é desenvolvido pela ISO. Diferentemente do SNMP, o CMIP é projetado para prover soluções genéricas para gerenciar a rede como um todo. Porém, é um protocolo bastante sofisticado e é principalmente usado em redes provedoras de serviço. Enquanto o SNMP é baseado em uma estrutura de comandos simples, o CMIP inclui comandos mais poderosos e difíceis para desenvolver. Conseqüentemente, embora o CMIP oferece mais versatilidade e facilidade de uso, não é tão popular quanto o SNMP. Em particular, atualmente há poucas aplicações comerciais disponíveis que usam CMIP.

A estrutura da ISO consiste em entidades de gerenciamento de camada (LME – Layer Management Entities), entidades de aplicação de gerenciamento do sistema (SMAE – System Management Application Entities), e o protocolo CMIP. As LMEs operam em cada camada OSI, monitorando a operação do sistema daquela camada específica. Elas focalizam a atenção à camada que elas estão monitorando e não dão qualquer indicação do desempenho do sistema como um todo. Em segundo lugar temos a função do SMAE. Cada dispositivo gerenciado tem seu próprio SMAE que assimila as informações coletadas pelos LMEs e produz um quadro global de como o dispositivo está funcionando com relação as suas funções de rede. Os SMAEs de dispositivos de rede diferentes se comunicam entre si usando CMIP, permitindo para os gerentes de sistema juntar e analisar dados sobre a funcionalidade da rede como um todo. Este sistema às vezes é chamado de serviço comum de informação de gerência (CMIS) que provê capacidades de monitoramento da rede, controlar dispositivos de rede, e de reportar erros.

BASE DE INFORMAÇÕES DE GERÊNCIA

As informações coletadas pelos agentes constituem a parte mais importante do sistema de gerência, já que todas as outras atividades estão baseado nisto. Assim, muito esforço foi dedicado para definir e padronizar que informação exatamente serão coletadas e como elas serão armazenadas.

Os padrões de MIB definem variáveis de gerenciamento de rede e os seus significados. As variáveis a si próprias estão baseadas na estrutura das informação de gerência (SMI – Structure of Management Information). A SMI não só coloca restrições nos tipos de variáveis que permite existir na MIB, mas também especifica as regras para nomeá-las. Em outras palavras, a SMI especifica que as variáveis da MIB sejam definidas e referenciadas usando a sintaxe da linguagem ASN.1 da ISO, que consiste de uma notação legível usada para documentação e a representação codificada das informações usadas pelos protocolos de comunicação.

O conteúdo da MIB SNMP está definido usando a SMI, enquanto sua estrutura é definida pelo ISO como um conjunto global de objetos identificados hierarquicamente, como uma árvore. Esta árvore é administrada juntamente pela ISO e pelo ITU-T. Cada nodo na árvore tem um nome e um número, ambos identificam igualmente um determinado grupo da árvore. Por ser hierárquicamente estruturada, é possível deter algum poder individual sobre certos grupos.

Seguindo o caminho da raiz para o objeto, podemos determinar o nome global e individual para aquele objeto.

INTERFACE DE GERENCIAMENTO ATM

A interface de gerenciamento ATM é principalmente usada para configuração e obtenção de informações de estado das interfaces ATM. As interfaces atualmente definidas pelo ATM Forum são UNI, DXI, B-ICI, e LAN emulation UNI (LUNI). As definições de MIB para algumas destas interfaces são discutidas nas próximas três seções.

Interface UNI – User-to-Network Interface

Tanto público como privado, os dois lados de uma UNI trocam informações de configuração e de estado usando um protocolo de gerência de rede. A informação é então disponibilizada para uma estação de gerência de rede pelos agentes, acessíveis remotamente, que residem nos terminais ATM. Há duas grandes organizações que definem as MIBs UNI ATM: o ATM Forum e o IETF. As perspectivas que estas duas organizações têm no gerenciamento de uma UNI são diferentes.

O ILMI (Interim Local Management Interface) é especificado pelo ATM Forum e é usado para configuração de uma UNI específica e não provê funções de segurança, falha, ou de gerenciamento da contabilização. A estrutura do ATM Forum não requer um agente em nenhuma extremidade da UNI. Em susbstituição, o ATM Forum definiu uma UME (UNI Management Entity) que usa SNMP em cima de AAL 5. O ILMI suporta a troca de informações de gerência entre UMEs ligadas a parâmetros da camada ATM e da camada física. A comunicação entre UMEs adjacente, de forma que uma UME possa ter acesso a informações associadas aos objetos da MIB da UME adjacente, é baseada em comandos SNMP que são transportados em cima de AAL 5 e não usam UDP ou IP (distinto do SNMP original).

A solução de IETF exige que os agentes IP residam em um dos lado da interface administrada. O IETF não faz qualquer discussão explícita sobre o uso do protocolo ATM nem define qualquer interação entre o nodos ATM adjacente. O conjunto de objetos gerenciados pela UNI são chamados de atributos da UNI ILMI, que são organizado em uma estrutura padrão de MIB.

O grupo de estatísticas ATM é opcional, enquanto todos os outros são obrigatórios. A tabela contém informação sobre o estado da configuração da interface física, como endereços e tipo de transmissão (por exemplo, DS-3, OC-3), o tipo de mídia física, como por exemplo, UTP-3 ou fibra, seu estado operacional (por exemplo, para cima, para baixo, desligado, quebrado, on-line) e dados específicos que variam com o tipo de mídia usada. O grupo da camada ATM especifica o número de máximo de VPCs e VCCs suportados pela UNI. Além disso, inclui informação sobre o número de rotas configuradas, bits de indicação de rota, e tipo de porta (privada ou pública). O grupo VP contém um indicador de rota, seu estado operacional, e a classe de QoS suportada em cada direção. Há um grupo semelhante de informações armazenadas para circuitos virtuais. O grupo de prefixos de rede dá o prefixo associado ao endereço ATM e a tabela de endereço, que inclui a lista de endereços associados com a UNI.

Finalmente, o grupo opcional de atributos estatísticos da camada ATM inclui informação sobre a contagem do número de (excluindo inativo) células recebidas pela UNI, o número de células excluídas em função do resultado do processamento do HEC, e células com cabeçalhos inválidos.

Data Exchange Interface

A entidade DXI-LMI (Data Exchange Interface – Local Management Entity) opera junto com a interface DXI e define o protocolo para trocar dados pela DXI que inclui DXI, AAL, e UNI com gerenciamento de informações específico. A definição da entidade LMI assume uma relação de um para um entre a interface DXI e a interface UNI. Foi projetada para suportar uma estação de gerência rodando SNMP e/ou um switch rodando ILMI.

A DXI é a interface entre o DTE (um roteador, por exemplo) e o DCE (uma unidade servidora de dados, por exemplo). Os comandos SNMP são emitidos somente no DTE e o DCE somente responde. O DCE pode originar somente mensagens de exceção (trap messages), mas pode responder a comandos do DCE. A MIB da entidade DXI LMI é composta por dois tipos de objetos com funções de configuração e funções de gerenciamento de desempenho: o grupo de configuração DXI e grupo DFA (DXI frame address). O grupo de configuração inclui informações de configuração (similar a MIB ILMI correspondente), incluindo o modo de operação (por exemplo, 1.a, 1.b, 2) e identificação da interface. O grupo DFA inclui informações sobre o tipo de AAL suportado por um determinado DFA, entre outras.

LAN Emulation

O LANE permite rodar aplicações, desenvolvidas para redes legadas, sobre o ATM sem qualquer mudança nas aplicações. A estrutura do LANE é formada por quatro componentes: clientes LANE, servidores LANE, barramento, e servidores de configuração.

O gerenciamento de redes do LANE trata somente das funções gerenciamento de configuração, desempenho e falhas. O gerenciamento de configuração LANE trata de várias tarefas que incluem identificação de todos os clientes LANE atualmente configurados em um dispositivo gerenciado; criação e destruição dos clientes LANE; controlar a permissão de acesso dos clientes às LAN emuladas; verificação e alteração de vários parâmetros do sistema; e identificação da configuração, controle, e VCCs multicast.

Há vários fatores que tornam mais difícil a observação de LANs emuladas que a observação de LANs legadas. O tráfego é esparramado sobre muitos circuitos virtuais que são abertos e fechados freqüentemente, em vez de estar concentrado em um segmento de rede físico. O desempenho de cada circuito virtual pode ser afetado por fatores fora do controle dos equipamentos da LAN emulada (por exemplo, congestionamento do switch e mecanismos de controle de congestionamento dos switches). Dado estas dificuldades, as estações de gerenciamento monitoram a quantidade de tráfego que vai para um equipamento específico, recrutando a ajuda aos clientes LANE que coletam esta informação, colecionando e agregando estatísticas de desempenho sobre circuitos virtuais, colecionando estatísticas de desempenho de portas ATM, e escutando a comunicação entre equipamentos LANE.

Há vários níveis de gerenciamento de desempenho que incluem o monitoramento de tráfego de LUNI (LAN Emulation UNI), gerenciamento de desempenho de VCs individuais dentro de uma LAN emulada, e gerenciamento de desempenho de redes de ATM sobre a qual roda uma LAN emulada.

Finalmente, o gerenciamento de falhas preocupa-se com a prevenção, detecção, e correção de problemas em uma LAN emulada que são causadas por falhas em elementos de rede.

A MIB de um cliente LANE é organizada em grupos, cada um correspondendo a uma tabela:

ATM TOTAL MANAGEMENT

O grupo de trabalho em gerenciamento de redes do ATM desenvolver um modelo de referência para gerência de redes ATM definindo cinco interfaces de gerenciamento.

As cinco interfaces de gerenciamento são chamadas de M1, M2, M3, M4 e M5. A interface M1 suporta várias funções de gerenciamento dos dispositivos ATM. A interface M2 suporta funções de gerenciamento de redes de ATM privadas, enquanto a interface M4 é especificada para gerenciar redes ATM públicas. A interface M3 permite que dois sistemas de gerenciamento, um em uma rede privada e o outro em uma rede pública, comuniquem-se entre si. Semelhantemente, a interface M5 provê capacidades de comunicação entre dois sistemas de gerenciamento de redes públicas.

Todas as cinco interfaces de gerenciamento suportam todas as cinco funções de gerenciamento de rede, ou seja, gerenciamento de configuração, contabilização, falha, segurança, e desempenho. Algumas das funções do gerenciamento de configuração ATM incluem a configuração da interface ATM (UNI, B-ICI, DXI) para a largura de banda máxima de entrada e saída, o número máximo de VPCs e VCCs ativos suportados, o subscritor de endereço ATM, e o identificador de interface. Um pedido para estabelecer uma conexão ATM permanente (PVP ou PVC) é outra função de gerenciamento de configuração. Este pedido também inclui as características da conexão como a terminação de linha VP/VC, descritor de tráfego, e exigências de QoS. Outras condições de funcionamento podem envolver a configuração de pontos terminais VPC e VCC, pontos de fim de segmento, configuração, modificação, visualização de atributos de sistema, controle de funções de relatório e de sistema, e obtenção de informações sobre a configuração atual e estado de um elemento de rede.

As funções de gerenciamento de falhas podem envolver a notificação de uma falha e o isolamento de falhas. Cada notificação de falha pode incluir um conjunto de parâmetros como a identificação dos componentes falhos, códigos de causa, e gravidade.

A função de gerenciamento de desempenho do ATM pode envolver o monitoramento das camadas ATM e física, gerenciamento de tráfego, monitoramento UPC/NPC, definição e reajuste do limiar dos valores para os dados coletados, recuperar contadores de várias métricas desempenho, como número de células com erros de cabeçalho e VPI/VCI indefinido, reinicializar os contadores e definir ou modificar os intervalos de amostragem.

ATOM MIB

A MIB ATOM foi projetada pelo IETF e especifica as interfaces de gerenciamento M1, M2 e parte da interface M3, descrevendo como configurar uma rede, e abordando vários aspectos da camada AAL e de comutação relacionados a gerência. A MIB ATOM usa o formato do SNMP versão 2 (conforme RFC 1573) que não é compatível com a primeira versão do SNMP.

Esta estrutura necessita de um agente IP em um dos lado da interface administrada, mas não faz qualquer menção explícita sobre o uso de protocolos ATM e também não define nenhuma interação entre nodos ATM adjacente. O gerente obtém informações de gerência dos agentes que usam SNMP em cima de UDP/IP.

A especificação atual da MIB ATOM define aS informações para administrar uma UNI bem como dispositivos ATM dentro de uma rede ATM ou conexão cruzada de nodos que incluem:

Estes objetos permitem mapear conexões que entram e saem em um switch ATM.

Interface M3

M3 é a interface de gerenciamento necessária para configurar (customer) a supervisão de uso de uma parte de uma rede de ATM pública. As funções M3 estão sendo definidas entre um gerente de rede privado e um provedor de rede público incluindo apenas as funções de gerenciamento de configuração, falha, e administração de desempenho.

Com a interface M3, uma configuração (customer) proporciona uma visão de uma rede ATM virtual, mostrando uma porção lógica da rede ATM pública. O gerenciamento dos aspectos internos atuais de uma rede pública (por exemplo, tabelas de roteamento da rede, elementos de comutação, e assim sucessivamente) não estão dentro da extensão da especificação da interface M3.

As funções da interface M3 estão definidas em duas classes. As funções da classe I, obrigatória, identificam aquelas operações pelas quais um provedor de rede pública pode prover monitoramento de informações sobre o gerenciamento da configuração, falhas, e de desempenho de uma parte específica de uma rede ATM pública.

As características da Classe I são:

As funções da classe II, opcional, da interface M3, identificam aquelas operações pelas quais um cliente pode pedir a adição, modificação, ou eliminação de conexões virtuais e de informações de subscrição em uma rede ATM pública. As funções da classe II estão divididas em três subgrupos para permitir uma implementação que satisfaça as necessidades modulares dos clientes:

Os primeiros dois subgrupo contêm todas as informações relacionadas à configuração, enquanto que o subgrupo de tráfego contém informações relacionadas ao tráfego. As informações do nível ATM permitem a modificação das configurações deste nível. Para o nível VPC/VCC, os elementos de rede de interesse são os links VP e VC e os VPCs e VCCs. A interface M3 possui a habilidade de modificar a configuração e as informações de estado de cada um destes elementos de rede.

O subgrupo de tráfego possui a capacidade de modificar os descritores de tráfego ATM para conexões VC e VP.

A MIB M3 está baseada no SNMP padrão. Todos os objetos que estão definidos atualmente na MIB classe I e na MIB classe II suportam, respectivamente, as funções da classe I e II da interface M3 que foram desenvolvidas pelo IETF (ou seja a MIB ATOM).

Interface M4

As funções atuais da interface M4 estão definidas nas seguintes áreas da gerência de redes ATM:

O gerenciamento de configuração de rede mantém dados que representam os recursos físicos e lógicos dentro da rede. Todos os alarmes a nível de rede são registrados e recuperados pelas funções do gerenciamento de falhas da interface M4. Estes alarmes podem ser gerados devido à ocorrência de várias condições de falha, como mudanças no estado operacional de uma conexão ou da disponibilidade da conexão. As funções de gerenciamento, que monitoram as conexões de rede, proporcionam para os sistemas de gerenciamento a habilidade de recuperar todos os dados coletados, sobre o desempenho, pelos elementos de rede individuais.

Em funções de configuração, reserva, e liberação de conexões ATM permanentes e para modificar os parâmetros da conexão, a interface M4 é usada para passar comandos à rede que ajustam os recursos, ativam conexões, as modificam, reconfiguram, e as liberam.

CONCLUSÕES

Um das promessas principais do ATM é a integração plena de estações de trabalho de LANs até WANs privadas ou públicas. Embora a tecnologia ATM começa a aparecer em todos os elementos de rede, um passo crucial para a realização desta integração plena é o gerenciamento fim-a-fim das capacidades da rede.

O gerenciamento de rede é resultado de um trabalho empreendido pelo ATM Forum e pelo IETF. Estas duas organizações necessariamente não estão desenvolvendo as especificações relacionadas a gerência, ou seja, as MIBs, de uma maneira completamente complacente. Além disso, há essencialmente três protocolos de gerência de rede disponíveis hoje: SNMP, SNMP versão II, e CMIP.

O SNMP pode não ser satisfatório para o gerenciamento de redes grandes, pois requer o envio de um pacote de solicitação para obter um pacote de informação. Não é muito adequado para recuperar volumes grandes de dados. Como o SNMP usa serviço sem conexão (UDP/IP), não possui garantias que mensagens de eventos críticos alcancem os seus destinos. O SNMP não provê mecanismos de segurança sofisticados e, conseqüentemente, não é adequado para controle de rede. Além disso, o SNMP não suporta comunicação de gerente-para-gerente.

O CMIP é adequado a vários destes pontos. Porém, é um protocolo complexo e que não desfruta de um desenvolvimento amplo. Também há a versão II do SNMP, desenvolvida pelo IETF, que inclui várias melhorias em relação ao SNMP na área de segurança. O SNMP também requer o uso de agentes IP. Embora seja possível usar a estrutura do SNMP sem IP. Suas especificações também podem ser aplicadas nativamente em cima de ATM, mas isso ainda é um assunto aberto.

Em resumo, a integração plena fim-a-fim de redes baseadas na tecnologia ATM é esperada para facilitar o desenvolvimento de uma estrutura de gerenciamento fim-a-fim, e enquanto não surgir esta estrutura o gerenciamento de rede permanecerá uma tarefa complexa.