7. Gerência de  Infraestrutura AVC na T.132

7.1. Estabelecimento e Encerramento da Gerência AVC

Quando uma conferência GCC é criada, a única funcionalidade AVC disponível aos terminais são as funções ponto-a-ponto, tais como controle remoto de dispositivo. Para fazer uso dos serviços AVC oferecidos pelos elementos de rede, o concentrador da conferência deve ativar explicitamente o gerente AVC. Essa operação pode ser realizada no início da conferência GCC ou em qualquer outro momento subseqüente. Quando a gerência AVC é ativada, o concentrador especifica um framework para o uso de áudio e/ou vídeo dentro da conferência. Isso inclui os tipos de mídias que supõem-se que os participantes suportem, o modo de inicialização, as classes de serviços que devem ser disponibilizadas, os privilégios designados para os nós a respeito do uso de um serviço particular e se a gerência da conferência deve ser centralizada ou distribuída.

7.2. Gerência de Sessão AVC

O AVC suporta a criação de  sessões de comunicação áudio-visuais separadas dentro de uma conferência, de forma análoga ao que é feito nas salas de encontro. Um nó pode participar apenas de uma sessão ao mesmo tempo, mas pode mudar de sessão se for necessário. O AVC define mecanismos para permitir que a sociedade formada por essas sessões seja controlada. As sessões AVC podem ser públicas, com acesso irrestrito; ou privadas, precisam de convite para entrar.

7.3. Reportagem de Aptidões

Vários sistemas multimídia  empregam protocolos  capazes de prover troca de aptidões ponto-a-ponto (ex: H.245). O AVC assume a presença de uma entidade de controle específica de rede (NSCE) e herda os resultados das trocas de aptidões ponto-a-ponto realizadas pelas NSCEs. O AVC define mecanismos para permitir a distinção dessa informação entre o grupo de nós  que está gerenciando os aspectos áudio-visuais da conferência. Isto habilita os elementos de rede a manter um registro acurado das aptidões dos nós e dos links que os conectam, e permite que os nós tomem decisões quando determinam o uso da infraestrutura áudio-visual. A reportagem de aptidões é realizada quando os nós entram em uma conferência e pode ocorrer subseqüentemente se eles desejarem modificá-las.

Existem dois tipos de aptidões: 

·      De link: caracteriza as capacidades de  transmissão (suporte a mídia e multiplexação) de um link real time.

·      De nós: refere-se às características de um nó que não é dedicado a um link real time específico (ex: capacidades de transcodificação e de ponte). Portas de comunicação inativas capazes de suportar links real time estão incluídas nas capacidades dos nós.

7.4. Lista de Links

A lista de links é um banco de dados mantido pelos elementos de rede AVC e que contém as configurações e capacidades atuais de um link real time dento de uma conferência. Ele habilita os elementos de rede a construírem uma figura da infraestrutura de roteamento  usada para a distribuição de streams real time. No mínimo, um elemento de rede deve manter aquela porção da lista de links referente ao link do qual ele é o gerente de zona. O AVC provê mecanismos para permitir que nós AVC recuperem, ao solicitarem, porções da lista referentes aos links dos outros gerentes de zona. Por default, a lista não é distribuída pata terminais AVC.

A lista é atualizada devido a entrada ou saída de nós da conferência ou por causa de modificações nas capacidades dos links aos quais os nós estão ligados. As modificações referentes a configuração de links real time para suporte de serviços AVC só são notificadas aos nós que pediram tal informação.

7.5. Lista de Nós

A lista de nós é um banco de dados mantido pelos elementos de rede AVC que contém as configurações e capacidades atuais de todos os nós dentro de uma conferência. Ela habilita os elementos de rede a construírem uma imagem da infraestrutura de roteamento usada para a distribuição de streams real time No mínimo, um elemento de rede deve manter aquela porção da lista de nós referente aos nós dos quais ele é o gerente de zona. O AVC provê mecanismos para permitir que nós AVC recuperem, ao solicitarem, porções da lista referentes a nós dos outros gerentes de zona. Por default, a lista não é distribuída para terminais AVC.

A lista é atualizada devido a entrada ou saída de nós da conferência ou por causa de modificações nas capacidades publicadas. As modificações referentes a configuração de links real time para suporte de serviços AVC só são notificadas aos nós que pediram tal informação.

7.6. Herdando Comunicações áudio-visuais já existentes

O AVC permite que conexões áudio-visuais sejam estabelecidas antes ou após as comunicações de dados T.120. No primeiro caso, uma transferência de controle sem junção é possível através da habilidade do AVC de ‘herdar’ comunicações áudio-visuais sem romper os streams real time existentes.. Para isso, o AVC define mecanismos para nós que entram em conferências T.120, a fim de que eles notifiquem suas configurações a todos os links real time aos quais estão conectados. A conferência T.120 deve estar terminada entes do fim da comunicação áudio-visual, o AVC pode reverter a NSCE em questão. Nesse caso, deve ocorrer uma perda de funcionalidade devido a ausência das características adicionais oferecidas pelos serviços AVC.

7.7. Gerência Distribuída da Infraestrutura AVC

O AVC usa um modelo de controle distribuído no qual um grupo de elementos de rede colaboram para prover serviços AVC aos terminais.Isso traz alguns benefícios: 

·        A responsabilidade da decisão é distribuída por vários nós, adicionando escalabilidade;

·        Os elementos de rede podem  utilizar conhecimentos específicos da rede quando arbitrarem o acesso a recursos AVC locais;

·        Elementos de rede não precisam conhecer as características das redes da conferência as quais não estão diretamente conectados;

·        Elementos de rede podem operar autonomamente quando estiverem provendo serviços AVC aos seus terminais AVC locais, o que não tem impacto sobre outros participantes da conferência e

·        A gerência de serviços AVC é transparente para os terminais. 

O modelo de controle distribuído pode ‘corromper-se’ para um modelo centralizado no qual um único nó (o provedor AVC do topo) tem a responsabilidade de arbitrar o acesso aos serviços e configurar a infraestrutura AVC.

O modelo de controle distribuído pode ser visto pelo particionamento da infraestrutura em uma ou mais zonas, onde cada uma delas é controlada por um elemento de rede chamado gerente da zona. Cada gerente de zona ’é dono’ dos recursos dentro da sua zona e é responsável por arbitrar o acesso a eles. Além disso, ele é responsável por manter um registro acurado das capacidades e configurações atuais dos recursos. O gerente de zona também age em favor de cada terminal AVC dentro da zona, processando suas solicitações de serviços. Os terminais apenas interagem com seu respectivo gerente de zona e ignoram a comunicação com outros gerentes.

Por default, uma conferência configurada para um controle distribuído, recursos dentro de um nó e seus link real time associados são de ‘posse’ do elemento de rede mais próximo. Entretanto, o AVC tem a flexibilidade de permitir que elementos de rede passem a posse dos recursos para níveis acima dele na hierarquia da conferência, permitindo que eles sejam gerenciados pelo nó mais apropriado. Isso pode ser usado em topologias de rede heterogêneas, por exemplo, para designar um único nó para gerenciar os recursos de cada sub-rede.

Figura 7 - Exemplo de particionamento da infraestrutura AVC em zonas

A figura 7 ilustra um exemplo de uma conferência com três tipos distintos de redes ( e terminais). Nesse caso, a infraestrutura AVC é particionada em três zonas, uma para cada rede. No entanto, não é necessário que o particionamento seja feito pelo tipo de rede, outras configurações são possíveis.

Em uma conferência ponto-a-ponto, o nó nomeado como o provedor AVC do topo é dono de todos os recursos e age como o gerente de zona.

Se o dono de um recurso deixa a conferência e o recurso continua disponível, este passa a ser um recurso sem dono.

7.8. Configuração da Infraestrutura

O AVC define mecanismos para permitir que gerentes de zona configurem suas respectivas porções da infraestrutura áudio-visual (links real time e nós) para suportar os serviços AVC. Tipicamente, a NSCE apropriada é usada como o gerente de zona para configurar links real time locais, enquanto  as primitivas AVC são usadas para configurar nós e links real time remotos. O conjunto de primitivas para configuração da infraestrutura não deve ser usado para configurar recursos de posse de outros gerentes de zona.

7.9. Gerência de Recursos

O AVC define mecanismos para permitir que os gerentes de zona peçam o uso de recursos de posse de outros gerentes e para arranjar que tais recursos sejam configurados apropriadamente para o suporte de serviços AVC.

Tipicamente, as primitivas de gerência de recursos são usadas por um gerente de zona processando um pedido de serviço AVC, o qual requer o uso de uma infraestrutura áudio-visual gerenciada por outro gerente de zona. Como a habilidade de disponibilizar um serviço depende da disponibilidade dos recursos de posse de mais de um gerente de zona, existem mecanismos para permitir que um gerente de zona ‘reserve’ recursos enquanto está processando um pedido de serviço AVC. Se os recursos necessários estiverem disponíveis, o gerente de zona requisitante pode ‘confirmar’ a(s) reserva(s), fazendo com que os recursos sejam designados ao serviço e sejam configurados apropriadamente. Por outro lado, o gerente de zona pode ‘cancelar’ a(s) reserva(s). Recursos que estão reservados não podem ser disponibilizados para outros gerentes de zona até que a reserva seja cancelada ou o pedido ‘vença’. Quando um recurso não é mais necessário, o gerente de zona que o está usando notifica o gerente de zona dono de que está ‘abandonando’ o recurso.