Sub-projeto: A Vida Artificial na Construção de um Ambiente de Realidade Virtual Cooperativo de Aprendizagem  para Alimentos
Participantes: Evelise Anicet Rutschilling - IA e  PGIE/UFRGS
Julio Alberto Nitzke - ICTA e PGIE/UFRGS
Mara Lucia Fernandes Carneiro - PGIE/UFRGS
Rosa Maria Viccari - II e PGIE/UFRGS
Yuzo Ueno - CPGCC/UFRGS
 
 Foco específico da pesquisa:
 Utilizar as técnicas de Vida Artificial em Ambiente de Realidade Virtual Cooperativo de Aprendizagem - ARCA, relacionado a conservação e deterioração de alimentos.

Objetivos  

Referencial Teórico

A Vida Artificial é uma área de estudo que tem o objetivo de compreender a vida através do entendimento dos principais processos dinâmicos biológicos e reproduzi-los em outros meios artificiais, como os sistemas computacionais. Assim, tornando-os acessíveis a outras formas de experimentos e testes. Existem outros termos empregados que se referem a Vida Artificial, por exemplo: Sistemas Baseados em Comportamento, Robótica Animal (Animal Robotics), Inteligência Artificial Bottom-Up, Inteligência Artificial Orientada a Comportamentos, Animat (Animais Artificiais).

 Uma definição mais específica é de que a Vida Artificial pode ser entendida como um programa de pesquisa, na área de sistemas computacionais autônomos, caracterizando e especificando a viabilidade de tais sistemas. É essencial dar enfoque nos processos dinâmicos que possibilitam a autonomia do sistema artificial através das características, que formam a sua identidade, já que nem todos os princípios dinâmicos presentes nos sistemas vivos são imprescindíveis a sua autonomia.

 Os primeiros estudos de Vida Artificial, no fim dos anos 80, visavam a análise da natureza somente através da simulação da vida orgânica . Nos anos 90 houve uma mudança do paradigma baseada no pressuposto que através das técnicas de VA o homem poderia ir além do real , provocando soluções inovadoras como forma de melhor entender o que se passa no mundo real, levando, assim a uma metacognição. Este avanço cognitivo é o principal objetivo se pretende alcançar .

A pesquisa na área de Sistemas Baseados em Comportamento se diferencia ao se concentrar na criação e na análise do sistema como um todo e não como uma simples soma das partes integradas. A Vida Artificial tem como base um recente passo conceitual na ciência moderna, bastante polêmico: afirma que o núcleo da inteligência e das habilidades cognitivas é o mesmo da capacidade de viver. Ou seja, não existe uma distância muito grande entre a origem e o desenvolvimento da vida e da cognição. Pelo contrário, estão muito próximas.

Assim a Vida Artificial se concentra nas teorias "bottom-up" da Inteligência Artificial, contrária a "top-down" da corrente da Inteligência Artificial tradicional simbólica. Ela explora o que pode ser aprendido a partir de modelos simples, a respeito dos processos cognitivos e da autonomia característica dos organismos vivos, como dos microrganismos. Desta forma estes sistemas se assemelham aos animais. No estágio atual, os modelos criados são simples, contudo representam uma das melhores formas de compreender os processos que envolvem a cognição, a inteligência em sistemas naturais e artificiais.

 O recente interesse nos modelos gerados com as técnicas da Vida Artificial tem atraído uma grande parte das pesquisas da engenharia, como controle e robótica, de outras áreas como de planejamento e metas para noções inspiradas a nível biológico, por exemplo, de viabilidade e de adaptação. Assim, pesquisadores e filósofos das mais variadas áreas tem se empenhado na exploração desta nova tendência, propiciando o surgimento de uma nova base epistemológica para seus trabalhos.

 Diversas áreas como sistemas autônomos, robótica, animais artificiais, comportamentos emergentes, estruturas emergentes, algorítmos imunológicos artificiais, ecologia artificial, cognição, aprendizagem, evolução, adaptação, inteligência, emoção e motivação, algoritmos genéticos artificiais, redes neurais artificiais, visão artificial, braços artificiais, etc., têm sido abordadas empregando o paradigma de vida artificial, muitas em aplicações reais, e não somente em ambiente de pesquisa. O exemplo mais conhecido por nós, talvez seja, o robô enviado à Marte, pela NASA.

Por outro lado, os fenômenos de deterioração de alimentos são controlados por agentes (microrganismos e enzimas) que possuem relações bem definidas entre seu desenvolvimento e  parâmetros externos, tais como temperatura, umidade, acidez do meio. A preservação dos alimentos ocorre pelo controle destes parâmetros, que irão influenciar diretamente a vida de prateleira e as características nutricionais e sensoriais das diferentes matérias-primas.Qualquer profissional que tenha como incumbência manipular estes fatores para a obtenção de produtos alimentícios saudáveis e de qualidade deverá dominar os conceitos que regem estas relações.

 Desta forma as técnicas de Vida Artificial serão utilizadas para a facilitar a aprendizagem dos processos biológicos de deterioração que ocorrem com os alimentos em um ambiente de realidade virtual no qual o usuário irá manipular os fatores responsáveis pelo desenvolvimento de microrganismos e enzimas, que irão provocar adaptações e interações nos sistemas autônomos que poderão ser observados sensorialmente.
 
Metodologia de trabalho

  Para atingir-se os objetivos propostos serão contempladas as seguintes etapas:

 
  Recursos necessários Resultados esperados
 
Ao final deste projeto pretende-se implantar um protótipo do Ambiente de Realidade Virtual Cooperativo de Aprendizagem - ARCA, para a construção de  conceitos relacionados à deterioração e conservação de alimentos, a ser inicialmente testado com alunos de Engenharia de Alimentos e técnicos da EMATER/RS, e posteriormente aplicado na Educação Continuada e com alunos de graduação das diversas faculdades envolvidas com o assunto.

Bibliografia

Proceedings of the Third International Conference on Simulation of Adaptive Behavior. From Animal to Animats 3:

 Dave Cliff, Philip Husbands, Jean-Arcady Meyer, and Stewart W. Wilson (eds). Brighton, England, MIT Press, 1994.

 Proceedings of the Third International Conference on Simulation of Adaptive Behavior. From Animal to Animats 4:

 Pattie Maes, Maja J. Mataric, Jean-Arcady Meyer, Jordan Pollack, and Stewart W. Wilson (Eds). Massachusetts, USA, MIT Press, 1996.