Vida Artificial

 Rosa Viccari

 

Introdução

 

A Vida Artificial é uma área de estudo que tem o objetivo de compreender a vida. Procura entender os principais processos dinâmicos biológicos e reproduzir estes processos em outros meios artificiais, como os sistemas computacionais. Assim, tornando-os acessíveis a outras formas de experimentos e testes. Existem outros termos empregados que se referem a Vida Artificial, por exemplo: Sistemas Baseados em Comportamento, Robótica Animal (Animal Robotics), Inteligência Artificial Botton-Up, Inteligência Artificial Orientada a Comportamentos, Animat (Animais Artificiais).

 

Uma definição mais específica é de que a Vida Artificial pode ser entendida como um programa de pesquisa, na área de sistemas computacionais autônomos, caracterizando e especificando a viabilidade de tais sistemas. É essencial dar enfoque nos processos dinâmicos que possibilitam a autonomia do sistema artificial através das características, que formam a sua identidade, já que nem todos os princípios dinâmicos presentes nos sistemas vivos são imprescindíveis a sua autonomia.

 

A pesquisa na área de Sistemas Baseados em Comportamento se diferencia ao se concentrar na criação e na análise do sistema como um todo e não como uma simples soma das partes integradas. A Vida Artificial tem como base um recente passo conceitual na ciência moderna, bastante polêmico: afirma que o núcleo da inteligência e das habilidades cognitivas é o mesmo da capacidade de viver. Ou seja, não existe uma distância muito grande entre a origem e o desenvolvimento da vida e da cognição. Pelo contrário, estão muito próximas.

 

Assim a Vida Artificial se concentra nas teorias "botton-up" da Inteligência Artificial, contrária a "top-down" da corrente da Inteligência Artificial tradicional simbólica. Ela explora o que pode ser aprendido a partir de modelos simples, a respeito dos processos cognitivos e da autonomia característica dos organismos vivos, como dos insetos. Desta forma estes sistemas se assemelham aos animais. No estágio atual, os modelos criados são simples, contudo representam uma das melhores formas de compreender os processos que envolvem a cognição, a inteligência em sistemas naturais e artificiais.

 

O recente interesse nos modelos gerados com as técnicas da Vida Artificial tem deslocado uma grande parte das pesquisas da engenharia, como controle e robótica, de outras áreas como de planejamento e metas para noções inspiradas a nível biológico, por exemplo, de viabilidade e de adaptação. Assim, pesquisadores e filósofos das mais variadas áreas tem se empenhado na exploração desta nova tendência, propiciando o surgimento de uma nova base epistemológica para seus trabalhos.

 

 

Aplicações

 

Diversas áreas como sistemas autônomos, robótica, animais artificiais, comportamentos emergentes, estruturas emergentes, algorítmos imunológicos artificiais, ecologia artificial, cognição, aprendizagem, evolução, adaptação, inteligência, emoção e motivação, algoritmos genéticos artificiais, redes neurais artificiais, visão artificial, braços artificiais, etc., têm sido abordadas empregando o paradigma de vida artificial, muitas em aplicações reais, e não somente em ambiente de pesquisa. O exemplo mais conhecido por nós, talvez seja, o robô enviado à Marte, pela NASA.

 

Aplicações a este projeto

 

Características bioquímicas como a regulação conformacional das moléculas podem ser simuladas segundo fatores bioquímicos e biofísicos em realidade virtual.

 

 

 

O texto está baseado em vários artigos que têm sido fontes de consulta há aproximadamente um ano e meio principalmente nas bibliografias abaixo:

 

 

Proceedings of the Third International Conference on Simulation of Adaptive Behavior. From Animal to Animats 3:

Dave Cliff, Philip Husbands, Jean-Arcady Meyer, and Stewart W. Wilson (eds). Brighton, England, MIT Press, 1994.

 

Proceedings of the Third International Conference on Simulation of Adaptive Behavior. From Animal to Animats 4:

Pattie Maes, Maja J. Mataric, Jean-Arcady Meyer, Jordan Pollack, and Stewart W. Wilson (Eds). Massachusetts, USA, MIT Press, 1996.

 

The artificial life route to artificial intelligence. Building situated embodied agents. Luc Steels, and Rodney Brooks (eds). Hillsdale, N.J.: Lawrence Erlbaum , 1994.

 

Towards a Practice of Autonomous Systems. In: Francisco J. Varela and Paul Bourgine (eds). Proceedings of the First European Conference on Artificial Life. Paris, France, 1991.