ATM e RDSI-FL



O modo de transferência assíncrono (ATM) tenta eliminar limitações encontradas no STM tais como a complexidade de gerência de mapeamento e alocação dos canais H, e procura se beneficiar do ganho estatístico de serviços cujos trafégos possuam taxa variável, não perdendo de vista, com isto, a necessidade de se manter um desempenho razoável para aqueles serviços que possuam taxa contínua.

No modo de transferência assíncrono, um canal é identificado pela posição fixa de seus slots dentro dos frames. No ATM, a banda passante é dividida em segmentos fixos de informação denominados células. Cada célula possui um cabeçalho de informação a fim de que o receptor possa identificar a qual canal esta célula pertence, e tomar as medidas cabíveis. Um canal não é mais identificado de maneira estática, por uma posição no tempo, mas sim de maneira dinâmica através das informações contidas nos cabeçalhos.

Com isto, não precisamos nos preocupar em definir um mapeamento, como era necessário no STM, entre as posições no tempo e os canais envolvidos na transmissão, pois esta informação de mapeamento está contida no cabeçalho. Os pontos comutadores de nossa rede podem também lidar de maneira homogênea com o chaveamento de todos os serviços. O fato de podermos alocar dinamicamente uma determinada quantidade de banda passante é de grande valia para a transmissão de informações cujo tráfego pode ser caracterizado por rajadas pois não necessitamos mais desperdiçar banda nos longos períodos de latência da fonte geradora. Obviamente para tráfegos com taxa contínua, alguma compensação da variação estatística deve ser feita de maneira a se poder oferecer serviços isócronos.

As células, como dito acima, são transmitidas através de conexões com circuitos virtuais. Uma célula ATM consiste de:

Poderíamos nos perguntar o porquê do tamanho tão reduzido da célula ATM, mas várias vantagens são obtidas com esta decisão. Quanto maior o tamanho da célula maior o tempo de empacotamento, causando, desta maneira, maior atraso de transferência e afetando, principalmente, serviços sensíveis ao tempo de atraso, como vídeo e áudio. Para tais serviços, o alongamento do tempo de atraso provoca uma queda substancial da qualidade, ocasionando distorções e eco, por exemplo, para a transmissão de voz. Um argumento que poderia ser sugerido contra a utilização de células com tamanho tão reduzido seria o desperdício de banda com o overhead do cabeçalho. Deve-se lembrar que cerca de 10% da banda é despediçada com as informações contidas no cabeçalho.


Gráfico Relacionando Desempenho com o Tamanho do Pacote


Configuração de Referência para RDSI-FL


Enquanto que na RDSI-FE a padronização das interfaces S e T (UNI - User Network Interfaces) se atinha à especificacão de características mecanicas e elétricas, na RDSI-FL o formato e o tamanho das células foram incluídos dentro da proposta de padronização. Como se pode notar pela figura abaixo, a configuração de referência para a RDSI-FL é praticamente igual àquela utilizada para RDSI-FE:


Configuração Funcional para RDSI-FL


O grupamento funcional B-NT1, responsável pela terminação da linha do assinante, constituiria o limite entre a rede e o usuário.

O grupamento B-NT2 é responsável pela multiplexação/demultiplexação e chaveamento de células. Assim como na configuração para o RDSI-FE, o B-NT2 funcionaria como um concentrador.

O B-TE1 seria um equipamento compatível com as especificações de interfaces definidas entre o usuário e a rede (UNI - User/Network Interface), enquanto que o grupamento B-TE2, por não ser compatível, necessitaria de um adaptador (B-TA).