Recomendações X.400

por Carlos Antonio Alba
Redes de Computadores 2
CPGCC - Instituto de Informática
Universidade Federal do Rio Grande do Sul


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1 Introdução

O Sistema de Tratamento de Mensagens (MHS - Message Handling System) do CCITT e ISO foi especificado através de um conjunto de normas denominadas Recomendações série X.400. Essas recomendações definem serviços e protocolos que visam permitir a todos os sistemas de correio eletrônico, públicos e/ou privados, interfuncionar, assegurando que as mensagens sejam encaminhadas desde a caixa postal do originador até a de seu ou seus destinatários, não importando onde esses estejam ou de que sistema façam parte. Isto é efetuado fornecendo-se aos usuários um serviço de encaminhamento e de tratamento das mensagens. Os serviços e as facilidades oferecidos por sistemas X.400 têm tratamento garantido e equânime, assegurando que as solicitações efetuadas no sistema de origem das mensagens tenham tratamento adequado em todos os sistemas de destino.
Graças à norma X.400 os sistemas de correio eletrônico, denominados Sistemas de Tratamento de Mensagens (MHS), têm aumentado seu campo de penetração, tornando a interconexão de sistemas heterogêneos, tanto no nível interno como externo das empresas, muito mais fácil de operar e trazendo também maior independência quanto aos fornecedores de sistemas.
A popularidade dos padrões X.400 vem sendo confirmada pelo surgimento no mercado mundial, a partir de 1985, de diversos produtos para vários tipos de sistemas computacionais que implementam as funcionalidades e os protocolos específicos [BRI 94].


2 Recomendações da Série X.400

A Recomendação X.400, versão de março de 1993 revisada pelo VII Grupo de Estudos do CCITT-ITU e aprovada pela Conferência Mundial de Padronização das Telecomunicações em Helsinki, consiste em recomendações que cobrem os diversos aspectos envolvidos na padronização de Sistemas de Tratamento de Mensagens, a saber:


3 Modelo Funcional do Sistema de Tratamento de Mensagens

A finalidade do modelo descrito na recomendação X.400 do CCITT é identificar os principais componentes funcionais, bem como os protocolos, as funcionalidades e os serviços aplicáveis aos Sistemas de Tratamento de Mensagens. Este modelo funcional ajuda no desenvolvimento de Recomendações para o MHS e também ajuda na descrição dos conceitos básicos que podem ser representados graficamente.
O modelo de MHS utiliza os conceitos definidos no modelo de referência OSI [ISO7498], ratificado pelo CCITT nas recomendações X.200, definindo uma comunicação estruturada em camadas entre os componentes funcionais do modelo [BRI 94]. A representação resultante em camadas determina os requisitos para elaboração dos protocolos e ressalta o relacionamento entre os protocolos e os elementos de serviço definidos para os Serviços de Tratamento de Mensagens. Com isso o modelo permite definir, de forma abstrata, uma comunicação estruturada e aberta entre diferentes sistemas de computadores interligados em rede, oferecendo um Serviço de Tratamento de Mensagens Global. Desta forma, a concretização do modelo pode ser efetuada livremente em diversas configurações físicas e organizacionais.
A recomendação X.400 define dois serviços abrangidos pelo MHS: o Serviço Básico de Transferência de Mensagens (MT Service - Message Transfer Service) e o Serviço de Mensagens Interpessoais (IP Service - Inter-Personal Service), este último construído em cima do primeiro.
O serviço MT não pressupõe a existência de usuários diretos nas extremidades de comunicação, enquanto o serviço IP pressupõe a existência de pessoas nos pontos terminais do modelo.

3.1 Descrição do Modelo do MHS

O modelo do MHS deve ser considerado como uma "ferramenta" auxílio ao desenvolvimento de sistemas de correio eletrônico. Para tanto, ele compreende vários elementos funcionais adaptáveis a diferentes configurações físicas e organizacionais. No modelo básico aparecem as seguintes entidades (figura 1):
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Figura 1 - Visão Funcional do Modelo MHS

Os UA são agrupados em classes, com base nos tipos de serviço e no conteúdo das mensagens (memorandos ou notas interpessoais, documentos EDI (Electronic Data Interchange), arquivos binários, voz, etc.) que podem tratar. Os UA que pertencem a uma mesma classe são chamados cooperativos, já que cooperam entre si para realizar a comunicação entre seus respectivos usuários. Assim sendo, um UA da classe interpessoal não pode comunicar-se de modo significativo com um UA da classe EDI, pois, enquanto o primeiro emite documentos que se destinam a ser lidos por pessoas, o segundo espera receber dados codificados que possam ser tratados diretamente por uma aplicação automatizada. Desta forma, a interação cooperativa entre vários UA de uma mesma classe determina o serviço a ser prestado a seus usuários, podendo um UA ter mais de uma classe associada.
O MTA proporciona ao UA associado a possibilidade de identificação de sua classe ao enviar mensagens para outros UA, em função do tipo de conteúdo que deseja transmitir. O MTS, conjunto de MTAs, entrega as mensagens que lhe foram submetidas a um ou mais UAs, unidades de acesso (AUs), ou MSs e pode mandar notificações ao originador da mensagem.
O UA pode fornecer ferramentas para composição de mensagens ao usuário do MHS, as quais, por serem pessoais, não foram padronizadas pelo CCITT, deixando aos usuários e fabricantes liberdade de criação. Nas normas, estas funções são denominadas funções locais, pois estão relacionadas exclusivamente com a interação entre o usuário e o seu UA.
Cabe ao UA traduzir os desejos do usuário para a linguagem dos MTA, para que estes possam efetuar o encaminhamento das mensagens bem como os serviços solicitados. Para a triagem e transporte de mensagens existe a transação entre os MTA e para a entrega o MTA interage com o UA ou com o MS.
Desta maneira, quando um usuário MHS prepara uma mensagem e solicita a seu UA que a envie aos destinatários, este submete a mensagem ao MTA ao qual está ligado; a mensagem é, então, encaminhada através do Sistema de Transferência de Mensagens até os MTA associados aos UA dos destinatários, onde um exemplar da mensagem é entregue a cada UA destinatário. A mensagem passa a estar sob responsabilidade do UA, que pode, segundo a opção de seu usuário, armazená-la em uma caixa postal eletrônica até que o usuário venha a retirá-la ou transmiti-la diretamente a um terminal predeterminado. Caso a mensagem não possa ser entregue a um destinatário por um motivo qualquer, o MHS retorna ao UA originador uma notificação de não-entrega. Quando a entrega obtiver sucesso, uma notificação de entrega pode ser emitida ao UA originador se, e somente se, ele tiver solicitado tal serviço para aquela determinada mensagem ou para um destinatário específico.
O conjunto dos UAs, MSs e MTAs é denominado Sistema de Tratamento de Mensagens - MHS. O MHS e todos os usuários associados são coletivamente denominados Ambiente de Tratamento de Mensagens.

3.2 Estrutura das Mensagens

As mensagens transacionadas em um Ambiente de Tratamento de Mensagens possuem a estrutura básica de envelope mais conteúdo (de forma análoga com o sistema postal), como mostra a figura 2. O envelope contém informações a serem utilizadas pelo MTA durante a transferência e o roteamento da mensagem, bem como informações sobre os serviços requeridos para a transferência, como, por exemplo, urgência, entrega postergada e outros. O conteúdo é composto pela informação que o agente de usuário originador deseja enviar para seu(s) correspondente(s) destinatário(s).
No MHS o usuário precisa compor sua mensagem (envelope eletrônico e texto que corresponda ao seu conteúdo).
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Figura 2 - Estrutura básica da mensagem

3.3 Aplicação do Modelo do MHS

O modelo apresentado oferece uma grande flexibilidade na sua aplicação em sistemas de mensagens. Assim, a recomendação X.400 descreve dois tipos de mapeamento, um físico e outro organizacional.

3.3.1 Mapeamento Físico

Os usuários acessam os UA com o propósito de realizar o processamento de mensagens, como por exemplo, a criação, apresentação ou o arquivamento e recuperação seletiva de mensagens. Durante o processamento de mensagens, o usuário interage com seu UA via um dispositivo de E/S que pode possuir ou não inteligência (teclado, display, impressora, etc.). Um UA pode ser implementado como um, ou um conjunto de processos computacionais em um terminal inteligente.
Os UA e MTA podem ser implementados em um mesmo sistema de processamento (UA e MTA co-residentes) ou um UA (ou MS) pode ser implementado em sistemas separados fisicamente. No primeiro caso, o UA tem acesso aos elementos de serviço do MTS, interagindo diretamente com o MTA no mesmo sistema. No segundo caso, o UA/MS se comunicará com o MTA via protocolos padronizados especificados para o MHS.
É possível também implementar o MTA em um sistema de processamento sem a funcionalidade dos UAs ou MSs.
Os diferentes sistemas físicos podem ser interconectados por meio de linhas dedicadas ou redes comutadas. Algumas configurações físicas possíveis são apresentadas na figura 3 e na figura 4. Entende-se por sistema de processamento qualquer configuração de computadores, abrangendo micros, redes locais, ou mainframes que constituam um ambiente onde se deseja implantar um sistema de tratamento de mensagens.
A configuração física mais adotada é aquela em que o UA e o MTA residem no mesmo sistema de processamento. Neste caso, os usuários podem acessar seus UA a partir de um terminal simples, um microcomputador ou um terminal de vídeo/teclado para enviar e receber mensagens com a assistência de seu UA.
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Figura 3 - UA e MTA co-residentes

Figura 4 - UA solitário e MS/MTA e UA/MTA co-residentes

3.3.2 Mapeamento Organizacional

Para permitir a interconexão de diversos Serviços de Tratamento de Mensagens, sejam eles públicos ou privados, tanto em nível nacional como internacional, é definido na Norma X.400 um esquema geral de endereçamento dos UA e, por conseqüência, de seus usuários.
Esse endereçamento está associado à forma de prestação do serviço aos usuários e aos requisitos de lhes ser facilmente utilizável e familiar. Para tanto, a Norma X.400 definiu o Mapeamento Organizacional que consiste em dividir o Sistema de Tratamento de Mensagens em Domínios Gerenciais (MD - Management Domain).
Por tanto, uma coleção de pelo menos um MTA, zero ou mais UAs, zero ou mais MSs, e zero ou mais AUs operados por uma Administração (prestadora de serviços públicos) ou organização (entidade privada) constituem um Domínio Gerencial (MD). Um MD gerenciado por uma Administração é chamado de domínio gerencial de administração (ADMD - ADministration Management Domain). Um MD gerenciado por uma organização, não sendo uma Administração, é chamado de domínio gerencial privado (PRMD - PRivate Management Domain).
Um MD define os limites em que as administrações ou organizações podem atuar no oferecimento de serviços de tratamento de mensagens, garantindo a unicidade dos nomes atribuídos aos seus usuários. Desta forma, um nome dentro de um MD deve ser único e identificar um e somente um usuário do MHS global.
Uma organização pode ser entendida como uma companhia ou uma pessoa física não ligada ao oferecimento de serviços públicos de telecomunicações/teleinformática. As relações entre domínios gerenciais são mostradas na figura 5.

3.3.3 Domínio de Gerenciamento Administrativo

Em um país um ou mais ADMDs podem existir. Um ADMD é caracterizado por fornecer funções de recepção/envio das mensagens de/para outros domínios de gerenciamento e por prover o serviço de transferência de mensagens para as aplicações fornecidas dentro mesmo do ADMD. Uma Administração pode fornecer acesso ao ADMD para seus usuários em uma ou mais das seguintes formas:
Ver também os exemplos de configuração na figura 3 e na figura 4.
UAs fornecidos pela Administração podem existir como parte de um terminal inteligente que o usuário pode usar para acessar o MHS. Eles podem existir também como parte do equipamento residente na Administração que também forma parte do MHS. Em esse caso o usuário poderá ter acesso ao UA via um dispositivo de entrada/saída.
No caso de um UA privado, o usuário tem a sua disposição um UA que interage com um MTA ou um MS fornecido pela Administração, usando as funções de submissão, entrega e recuperação. Um UA privado pode ser associado com um ou mais MDs, com a condição de que as convenções de nome sejam preservadas.
Um MTA privado que forma parte de um PRMD pode acessar um ou mais ADMDs em um país, seguindo regulamentações nacionais.

3.3.4 Domínio de Gerenciamento Privado

Uma organização pode ter um ou mais MTAs, e zero ou mais UAs, AUs e MSs formando uma PRMD que pode interagir com uma ADMD ou outro PRMD. Um PRMD é caracterizado por fornecer funções de tratamento de mensagens dentro de um domínio de gerenciamento.
Um PRMD pode ter acesso a um ou mais ADMDs como mostra a figura 5. Contudo, no caso de uma interação específica entre um PRMD e um ADMD (tal como quando uma mensagem é transferida entre MDs), o PRMD é considerado sendo associado somente a esse ADMD. Um PRMD pode atuar recepcionando e enviando mensagens a outros MDs se regulamentos nacionais e acordos bilaterais o permitissem.
Na interação entre um PRMD e um ADMD, o ADMD tem a responsabilidade das ações do PRMD relativas a essa interação. Em adição à segurança que o PRMD propriamente fornece ao serviço de transferência de mensagens, o ADMD é responsável por assegurar que os processos, qualidade do serviço, nomes únicos e operações do PRMD, sejam corretamente executadas. O nome de um PRMD pode ser único a nível nacional ou relativo ao ADMD associado. Se um PRMD é associado com um ou mais ADMD, o PRMD poderá ter mais de um nome.
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Figura 5 - Relações entre domínios de gerenciamento

3.4 Armazenador de Mensagens (MS)

Como os UAs podem ser implementados com uma grande variedade de equipamentos, inclusive computadores pessoais, o MS pode complementar um UA implementado. A capacidade de recuperação do MS fornece aos usuários, subscritos a um MS, as capacidades básicas de recuperação das mensagens que são potencialmente aplicáveis a mensagens de todos os tipos. Na figura 6 mostra-se a entrega e a posterior recuperação das mensagens que são entregues a um MS, e a submissão indireta de mensagens via o MS.
Um MS atua em favor de um único usuário (um endereço O/D, originador/destinatário). Quando se esta subscrito a um MS, todas as mensagens destinadas para o UA são entregues somente a esse MS. O UA, se encontra-se em funcionamento, poderá receber alertas quando certas mensagens são entregues ao MS. Mensagens entregues ao MS são consideradas entregues pelo MTA.
Quando um UA submete uma mensagens através do MS, o MS é, de forma geral, transparente e submete a mensagem ao MTA confirmando antes o sucesso da submissão pelo UA. Não obstante, o MS pode expandir a mensagem se o UA solicitar um forward das mensagens que existem no MS. Os usuários são também providos com esta última facilidade.
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Figura 6 - Submissão e entrega com um MS

3.4.1 Configurações físicas

O MS pode ser localizado fisicamente, com respeito ao MTA, de várias formas. O MS pode estar colocado junto com o UA, colocado junto com o MTA ou estar sozinho. Desde um ponto de vista externo, um UA e um MS colocados juntos não são distinguidos de um UA solitário. Colocar o MS com o MTA oferece vantagens significantes que a converte na configuração predominante.

3.4.2 Configurações organizacionais

ADMDs e PRMDs podem operar MSs. No caso dos MSs fornecidos pela Administração, o subscrito pode fornecer seu próprio UA ou fazer uso de um UA fornecido pela Administração via um dispositivo de entrada/saída. Nos dois casos, todas as mensagens são entregues ao MS para a subsequente recuperação.


4 O Serviço de Transferência de Mensagens

O Sistema de Transferência de Mensagens transmite as mensagens sem alterar seu conteúdo, este sistema oferece serviços de armazenamento e envio de mensagens independentemente da aplicação.

4.1 Submissão e entrega

O MTS fornece os meios pelos quais dois UAs trocam mensagens. Existem dois interações básicas entre MTAs e UAs, ou AUs, ou MSs:
1. A interação de submissão é o meio pelo qual o UA, AU ou MS originador transfere para o MTA o conteúdo da mensagem e o envelope de submissão. O envelope de submissão contém as informações necessárias para que o MTS associado proveja os elementos de serviço adequados, bem como a data, a hora e identificação do MTA de submissão (equivalente ao carimbo colocado pelos correios).
2. A interação de entrega é o meio pelo qual o MTA transfere ao UA, AU ou MS destinatário o conteúdo da mensagem mais o envelope de entrega. O envelope de entrega contem informação relativa à entrega da mensagem como a data e hora de entrega, as facilidades requeridas pelo originador, bem como uma indicação das eventuais conversões de código efetuadas.

4.2 Transferência

Começando pelo MTA do originador, cada MTA transfere a mensagem a outro MTA até que a mensagem chegue ao MTA de destino, percorrendo o menor caminho possível e criando o número mínimo de cópias necessárias. O MTA então entrega a mensagem ao UA ou MS destino usando a interação de entrega.
A interação de transferência é o meio pelo qual um MTA transfere a outro MTA o conteúdo de uma mensagem mais o envelope de transferência. O envelope de transferência contém as operações relacionadas à operação do MTS mais os elementos de serviço requisitados pelo UA originador no envelope de submissão. Contém também a identificação das cópias criadas durante a transferência, bem como a data, hora e identificação de cada MTA por onde uma determinada cópia da mensagem passou.

4.3 Notificações

As notificações no serviço MT compreendem as notificações de entrega e não-entrega. Quando uma mensagem ou teste não pode ser entregue pelo MTS, uma notificação de não-entrega é gerada e retornada ao originador na forma de relatório. Adicionalmente, o originador pode solicitar especificamente uma notificação do sucesso da entrega da mensagem através do uso, na submissão, do elemento de serviço de notificação de entrega.
Em resumo, o Serviço de Transferência de Mensagens oferece os elementos de serviço relacionados na tabela 1. Este serviço é básico para o oferecimento de outros serviços relacionados a mensagens com formas de conteúdo específicas (por exemplo, memorandos, formulários, documentos bancários e planilhas).

Tabela 1 - Elementos de Serviço do MTS

Básico
Gerência de acesso
Indicação do tipo de conteúdo
Indicação de conversão
Identificação de data-hora de entrega
Identificação da mensagem
Notificação de não-entrega
Indicação dos tipos de codificação empregados originalmente
Registro dos tipos de codificação da informação
Indicação de data-hora de submissão
Submissão e entrega
Permissão para destinatário alternativo
Entrega predatada
Cancelamento de entrega predatada
Notificação de entrega
Revelação de outros destinatários
Seleção de prioridade de entrega.
Entrega a multidestinatários
Prevenção de notificação de não-entrega
Retorno de conteúdo
Conversão
Proibição de conversão
Conversão explícita
Conversão implícita
Controle de Operação
Teste
Estado e Informação
Estabelecimento de destinatário alternativo
Suspensão de entrega
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5 O Serviço de Mensagens Interpessoais

O Serviço de Mensagens Interpessoais [X.420] (IPMS - InterPersonal Message System) está construído sobre o Serviço de Transferência de Mensagens (MT Service), sendo provido por uma classe específica de Agentes de Usuário (UA), em conjunto com os serviços de telex e telemáticos (fax, videotexto, etc.) padronizados pelo CCITT.
Esse serviço possibilita a um usuário enviar uma mensagem interpessoal (mensagem - IP) para um ou mais destinatários e garante que ela seja recebida. Os usuários do IPMS são tipicamente pessoas, mas nada impede que sejam também aplicações automatizadas.

5.1 Modelo funcional do serviço IPM

A figura 7 mostra o modelo funcional do serviço IPM. Os UA do IPMS (IPM-UAs) correspondem a uma classe específica de UAs cooperativos. As unidades de acesso opcionais mostradas (TLMA, PTLXAU, PFAXAU) permitem a os usuários do teletex, telex e telefax se comunicar com o serviço IPM. O TLMA permite também aos usuários de teletex participar no serviço IPM. A unidade de acesso para entrega física (PDAU - physical delivery access unit), permite aos usuários IPM mandar mensagens a usuários fora do serviço IPM os quais não têm acesso ao MHS. O armazenador de mensagens pode ser opcionalmente usado por usuários IPM em seu favor.
Os UA devem:
Os elementos de serviços padronizados para o IPM-UA estão relacionados na tabela 2.
Opcionalmente, um IPM-UA pode dispor de funções de locais para o seu usuário, além de proporcionar acesso aos elementos de serviço do MTS. Os serviços locais oferecidos pelos IPM-UA são aqueles que não requerem cooperação de outros usuários e/ou de seus UA, e, portanto, não impactam os protocolos padrões de comunicação associados ao tratamento de mensagens. Como conseqüência, tais elementos de serviços locais (por exemplo, facilidades de processamento de texto ou de acesso a banco de dados para armazenamento e recuperação de mensagens) de um IPM-UA, que podem ser proporcionados por uma administração/organização, não estão sujeitos à padronização pelo CCITT.
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Figura 7 - Modelo do Serviço de Mensagens Interpessoais

5.2 Estrutura das mensagens-IP

Os UA do IPMS criam mensagens possuindo um conteúdo específico. O conteúdo específico que é enviado desde um IPM-UA para outro é o resultado de uma mensagem composta e enviada pelo originador, chamada mensagem-IP. A estrutura de uma mensagem-IP e sua correspondência com a estrutura MHS é mostrada na figura 8. Um envelope é colocado junto com a mensagem-IP para esta ser transferida através do MTS. O corpo da mensagem-IP pode consistir de várias partes, cada uma das quais pode ser de um tipo de código de informação, tal como voz, texto, arquivos, fax e grafos.

Tabela 2 - Elementos de Serviço de Mensagens Interpessoais

Básico
Elementos de serviços da tabela 1
Identificação de mensagens-IP
Tipos de corpo (de uma mensagem-IP)
Submissão, entrega e conversão
Elementos de serviço da tabela 1
Ações entre UA cooperativos
Omissão de destinatários de cópias (bcc)
Notificação de não-recepção
Notificação de recepção
Indicação de redestinação automática.
Troca de informações entre UA
cooperativos
Indicação de originador
Indicação de usuário autorizador
Indicação de data de expiração
Indicação de referência cruzada
Indicação de importância
Indicação de obsolescência
Indicação de segurança
Indicação de assunto
Indicação de resposta a uma mensagem-IP
Indicação de mensagem-IP reenviada
Indicação de criptografia em parte do corpo
Corpo multiparticionado
Controle de operação
Elemento de serviço da tabela 1
Estado de informação
Elemento de serviço da tabela 1
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Além disso, a recomendação X.400 do CCITT especifica que deve ser possível a comunicação de usuários de telex e de outros serviços telemáticos (fax e videotexto) com usuários do IPMS. Isto é efetuado através de uma outra entidade funcional denominada Unidade de Acesso (AU - Access Unit) que define gateways entre o MTA e os serviços de telex ou telemáticos correspondentes. Existem recomendações específicas que definem o interfuncionamento dos serviços de telex e fax com o MTS.
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Figura 8 - Estrutura de uma Mensagem-IP

Isto posto, o IPM-UA torna-se uma poderosa ferramenta para automação de escritórios, permitindo a troca de mensagens e seu efetivo tratamento entre sistemas heterogêneos. Entenda-se por tratamento todas as funções que podem ser efetuadas com mensagens, tais quais arquivamento, recuperação e pesquisa seletiva, como, por exemplo, arquivar por assunto, recuperar por data e assunto, por originador, garantir confidencialidade determinando senhas para o acesso a mensagens confidenciais, enfim, as facilidades das normas X.400 que permitem aos usuários moldar seus ambientes próprios de automação de escritório.


6 Nomeação e Endereçamento

Um usuário é identificado dentro do MHS por um Nome O/D (Originador/Destinatário) atribuído ao seu UA por uma entidade nomeadora do MD ao qual pertence. A cada nome está associada uma lista de atributos:
As formas de nomeação e endereçamento possíveis dão uma grande flexibilidade de utilização e permitem considerar os sistemas existentes, desenvolvidos antes do surgimento das Normas X.400. Tais sistemas podem ser interconectados mantendo seus próprios atributos, embora isto não seja recomendável, uma vez que exige acordos e desenvolvimentos caso a caso.
O CCITT e a ISO definiram nas normas X.400 duas formas de endereçamento, sendo que a primeira possui três variantes:
A Forma 1- Variante 1 consiste em:
Nome do País
Nome do ADMD
[Nome do PRMD]
[Nome Pessoal]
[Nome da Organização]
[Nome de uma ou mais Unidades Organizacionais]
[Atributos Próprios ao Domínio]
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A Forma 1- Variante 2 consiste em:
Nome do País
Nome do ADMD
Identificador numérico e único de UA
[Atributos Próprios ao Domínio]
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A Forma 1- Variante 3 consiste em:
Nome do País
Nome do ADMD
Endereço X.121
[Atributos Próprios ao Domínio]
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A Forma 2:
Endereço X.121
[Identificador de Terminal Telemático]
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Deve-se observar que os atributos entre colchetes são opcionais. Na Forma 1 - Variante 1 pelo menos um deles deve ser especificado, excluindo-se, é claro, os atributos próprios a um domínio.
Os endereçamentos da Forma 1, Variantes 2 e 3, e da Forma 2 foram introduzidos para manter compatibilidade com os serviços telemáticos já definidos pelo CCITT e com outros sistemas de correio eletrônico existentes. Desta forma, deve prevalecer a Forma 1 - Variante 1 para endereçamento global nos sistemas de tratamento de mensagens.
Onde as siglas obedecem a uma convenção internacional publicada em 1992, a ser adotada em cartões de visita, significando:
C = Country (país)
A = ADMD (DGC)
P = PRMD(DGP)
O = Organization (Organização)
OU = Organization Unit (Unidade Organizacional)
S = Surname(Sobrenome)
G = Given Name(Nome)
I = Initials(Iniciais)