A primeira charqueada donosso estado foi fundada em 1780, próxima ao município de Pelotas.
Esse estabelecimento era composto de vários galpões cobertos com capim.
O charque era estendido sobre varais de paus roliços para colocar a carne para secar ao sol.
O sal usado para salgar a carne vinha da Espanha ou de Portugal, pois na época ainda não se produzia sal no Brasil.
As charqueadas permitiram o aproveitamento da carne até então sem valor de mercado.
As charqueadas representaram uma verdadeira revolução no panorama pastoril do Rio Grande do Sul, integrando a região ao abastecimento das populações coloniais, principalmente da região mineradora.
No final do século XVIII a indústria do charque conheceu rápido desenvolvimento. Em 1797 a capitania já exportava 13 mil arrobas (cada arroba corresponde a aproximadamente 14,7 kg de charque). A carne era enviada ao Rio de Janeiro, Bahia, outros portos do litoral e até exportada para Havana, em Cuba.
Enquanto na atividade criatória os trabalhadores eram homens livres, como no sertão nordestino, nas charqueadas o escravo negro foi usado com freqüência. A capitania do Rio Grande foi considerada o "inferno dos negros", pois lá tratavam os escravos rudemente, como bem retrata a lenda do Negrinho do Pastoreio.