COLEÇÕES FIGURAIS
Bibliografia:
PIAGET, J. e INHELDER, B. Gênese das Estruturas Lógicas Elementares. Rio de Janeiro:
Ed. Zahar, 1983. 3 ed. 356p.
(Capítulo I)
A coleção figural é o início da coordenação entre
as ligações da parte com o todo, fornecidas pela percepção sob
uma forma espacial, e das relações de semelhanças e diferenças
fornecidas pelos esquemas perceptivos, sensório-motores, figurados e pelos primeiros
esquemas verbais de forma temporalmente sucessiva e não simultânea.
A coleção figural constitui uma figura em virtude das ligações
entre seus elementos como tais, ao passo
que as Coleções Não-Figurais e
as classes seriam independentes de toda e qualquer figura.
Nas coleções figurais as relações espaciais são constitutivas
e não simbólicas, isto é, dizem respeito às ligações
entre objetos e não às inclusões ou pertenças inclusivas.
Tipos de reações na fase das coleções
figurais:
- Alinhamentos parciais e contínuos (1 só dimensão)
- Intermediários entre alinhamentos e objetos coletivos e complexos
- Objetos Coletivos (2 ou 3 dimensões, formados por elementos semelhantes que constituem uma unidade compacta de estrutura geométrica).
- Objetos Complexos ( 2 ou 3 dimensões formadas por elementos heterogêneos).
Segundo Piaget, em experimentos com material de formas geométricas bidimensionais,
com a instrução "reunir o que se parece", as reações observadas
foram as seguintes:
- crianças de 2 anos e 1/2 a 5 anos -- abundância de coleções figurais
- após os 5 anos e 1/2 -- coleções não-figurais.
- a partir dos 7-8 anos -- classes propriamente ditas.
Pequenos Alinhamentos Parciais:
O sujeito não procura classificar todos os
objetos apresentados. Constrói coleções não exaustivas e sem
relações entre si. Essa coleção assume forma linear.
O indivíduo estabelece semelhanças entre o primeiro elemento escolhido e o
seguinte, depois, entre o segundo e o terceiro e assim sucessivamente,mas sem qualquer plano
pré-estabelecido nem ambição de esgotar todos os elementos; neste sentido, o
terceiro elemento não precisa manter semelhança com o primeiro. Esta sequência de aproximações forma um série linear que
é a mais simples forma de
montagem classificatória.
Exemplo:
Alinhamentos Contínuos com Mudança de Critérios:
A criança
ao proceder à sequência de aproximações, esquece os termos
precedentes e sem querer, muda o critério de semelhança, no decorrer das
aproximações sucessivas. Esta alteração de critérios
manifesta claramente as dificuldades de coordenação entre as relações
de semelhanças e as ligações da parte com o todo. Normalmente ocorre em uma
linha única.
Exemplo:
Intermediários entre Alinhamentos e os Objetos Coletivos ou Complexos:
Pode ocorrer
alinhamentos múltiplos, sendo uma linha orientada numa direção e a outra
uma direção diferente. Ocorre, também, da figura iniciar como alinhamento
e depois continuar sob forma de superfície, a figura assume um caráter de objeto
simultâneo total em contraste com o caráter de pura sucessão inicialmente
apresentado pelo alinhamento.
Exemplo:
Objetos Coletivos:
Nesta fase ocorre a montagem em 2 ou 3 dimensões, de
elementos semelhantes(homogeneidade), que em conjunto formam uma figura interiça, como se fosse
uma só peça.
Exemplo:
Objetos Complexos:
Diferencialmente dos alinhamentos, nesta fase, dos objetos
complexos, a coleção é montada em forma de superfície ou de volume
e adquire uma configuração de conjunto variável, que se reveste de
interesse aos olhos do sujeito, pelas relações internas de
diferença (heterogeneidade) entre os elementos.
Exemplo: