Mapas Conceituais são representações gráficas semelhantes a diagramas, que indicam relações entre conceitos ligados por palavras. Representam uma estrutura que vai desde os conceitos mais abrangentes até os menos inclusivos.
São utilizados para auxiliar a ordenação e a seqüenciação hierarquizada dos conteúdos de ensino, de forma a oferecer estímulos adequados ao aluno.
Os recursos esquemáticos dos mapas conceituais, que representam
um conjunto de conceitos interrelacionados numa estrutura hierárquica
proposicional, servem para tornar claro para professores e alunos as relações
entre conceitos de um conteúdo aos quais deve ser dada maior ênfase.
(NOVAK, 1996: 33)
Segundo GAINES e SHAW (1995), os mapas conceituais podem ser descritos sob diversas formas, conforme o nível de análise considerado:
No processo de aprendizagem significativa é essencial a interação
entre idéias, que podem ser expressas simbolicamente, de modo não-arbitrário
e substantivo, isto é, não-literal, com aspectos específicos
já presentes na estrutura cognitiva do indivíduo. Assim,
o conhecimento que o aluno possui - conhecimentos prévios - é
o fator isolado mais importante que influenciará na aprendizagem
subseqüente (AUSUBEL, 1978: 56). Os conhecimentos prévios,
denominados subsunçores, constituem conceitos bastante integrados
à estrutura cognitiva, são elementos centrais para estruturação
e construção do conhecimento, com os quais a nova informação
interage, resultando numa mudança tanto da nova informação
quanto do subsunçor ao qual se relaciona. Se os subsunçores
são elementos preponderantes para que haja aprendizagem significativa,
da mesma forma o material oferecido ao aluno deve ser potencialmente significativo,
isto é, relacionável aos conceitos já existentes na
sua estrutura cognitiva (Moreira, 1993: 9-10).
AUSUBEL(1978) sustenta que a despeito de cada disciplina ter seus próprios conceitos e métodos idiossincráticos de investigação, os conceitos podem ser identificados e ensinados ao aluno de maneira que formem um conjunto de informações estruturadas hierarquicamente.
De acordo com AUSUBEL ( LEUNG, 1997; MIHKELSON, 1996), uma dada estratégia
de ensino não assegura necessariamente uma aprendizagem com significado.
Tanto os antecedentes do estudante quanto a abordagem do ensino determinam
a efetividade da estratégia. Os resultados cheios de significado
surgem quando uma pessoa consciente e explicitamente estabelece ligações
deste novo conhecimento com os conceitos relevantes que ela já possui.
Ausubel sugere que, quando a aprendizagem significativa ocorre, ela produz
uma série de alterações dentro da estrutura cognitiva,
modificando os conceitos existentes e formando novas conexões entre
os conceitos. Por isso que a aprendizagem significativa é permanente
e poderosa enquanto a aprendizagem rotineira é facilmente esquecida
e não é facilmente aplicada em novas situações
de aprendizagem ou solução de problemas.
A estruturação do conhecimento na mente humana
tende a seguir uma estrutura hierárquica na qual as idéias
mais abrangentes incluem proposições, conceitos e dados menos
inclusivos e mais diferenciados (MOREIRA, 1993: 33).
A aprendizagem significativa pressupõe que as informações a serem apresentadas ao aprendiz devem ser potencialmente significativas, isto é, relacionáveis com os conceitos subsunçores já existentes na sua estrutura cognitiva e que o mesmo deve manifestar disposição de relacionar essas novas informações aos conceitos já existentes. De acordo com esta teoria, a aprendizagem pode ser facilitada através dos seguintes princípios: diferenciação progressiva e reconciliação integrativa (MOREIRA & MASINI, 1982: 21 - 22).
A diferenciação progressiva é o princípio segundo o qual o conteúdo a ser apresentado aos alunos deve ser programado de maneira que os conceitos mais gerais da disciplina ou conteúdo sejam apresentados em primeiro lugar, e então, pouco a pouco, introduzidos os conceitos mais específicos.
O princípio da reconciliação integrativa postula que a programação do material a ser apresentado ao aluno deve ser feita de maneira que haja exploração de relações entre idéias, apontando semelhanças e diferenças entre conceitos relacionados.
Um hiperdocumento, por exemplo, constitui-se de uma série de documentos que possuem interligações entre si, isto é, estão conectados através de ligações, cuja leitura é feita pelo usuário de forma dinâmica.
Pode-se utilizar os recursos de hipermídia, com fins educacionais, desde que o usuário seja conduzido pelos textos seguindo uma estrutura hierarquizada, estabelecida no programa, para que não se perca na navegação e passe por todos os pontos importantes da nova informação recebida. (Schwabe, 1993 apud KAWASAKI, 1996). Do ponto de vista educacional, vários autores concordam com a necessidade de cercear a liberdade de navegação pelo hipertexto educacional como forma de se garantir a eficácia do mesmo e também como forma de se evitar que o aluno passe apenas superficialmente pelo material, deixando de passar por pontos importantes para sua aprendizagem (KAWASAKI, 1996: 15).
Para elaboração de documentos hipermídia, segundo os princípios gerais da teoria de aprendizagem significativa, se faz necessário a identificação dos conceitos gerais mais inclusivos da disciplina e, a partir deste ponto, definir-se que conjuntos de informações devem constar do material a ser elaborado. É aconselhável também que se programe o documento de maneira que o aluno seja induzido a navegar pelo hipertexto hierarquicamente, isto é, de forma que o aprendiz passe por todos os níveis do software desde as informações mais inclusivas até as mais específicos.
Propõe-se a seguinte estruturação para a construção de um mapa conceitual seguindo o princípio de diferenciação progressiva, adaptado de KAWASAKI (1996):
Um mapa conceitual pode ser considerado um nível do hipertexto e ser interligado a outros mapas conceituais sobre o assunto ou assuntos correlatos.
Os mapas conceituais assim construídos ficam com uma estrutura aproximadamente hierárquica. Para distinguir-se o conceito mais abrangente, basta procurá-lo no topo da lista. Sua construção deve permitir que a passagem de um bloco de informações para outro só seja possível depois que o aluno tiver subsunçores adequados para seguir em frente, utilizando-se de exercícios que possibilitem medir o nível de aprendizagem do indivíduo, definindo o roteiro principal do programa, isto é, aquilo que o aluno deve realmente estar apto a fazer após estudar aquele roteiro.
Segundo KAWASAKI (1996), a escolha de determinadas informações em detrimento de outras, depende de três fatores:
Alguns autores (GAINES e SHAW, 1995) estão preocupados com o desenvolvimento de ferramentas que auxiliem na construção dos mapas conceituais.
Uso dos mapas conceituais no ensino
Como uma ferramenta de aprendizagem, o mapa conceitual é útil para o estudante, por exemplo, para: