Logica da Crianca e do Adolescente
O PENSAMENTO FORMAL DO PONTO DE VISTA DO EQUILIBRIO
Bibliografia:
PIAGET, J. e INHELDER, B. Da Lógica da Criança a Lógica do Adolescente.
São Paulo: Ed. Pioneira, 1976. 260p.
(Capítulo I)
O pensamento pré-operatório (pré-lógica)
Características:
- Tendência a considerar situacões estáticas,
que normalmente são explicadas através
de seus caracteres de configuração.
Quando o pensamento se refere às
transformações que levam de uma situação
a outra, essas transformações são assimiladas
às ações pessoais do sujeito, isto ocorre,
pois neste nível as modificações e os
estados não formam um sistema único.
- Tendência à formação de sistemas
de conjunto, através das regulações
perceptivas (únicos instrumentos que o
sujeito dispões neste nível) orientando-se
desde já para certas formas de equilibrio.
- Pensamento quase que inteiramente preso
ao real, havendo também, uma pequena margem de
transformações virtuais, isto é, um início
de possibilidades distintas da realidade.
O pensamento Operatório Concreto
Características:
- Está fundamentalmente ligado ao real.
- As situações se subordinam às transformações em si mesma.
- Chega-se a uma primeira forma de equilíbrio estável,
atingindo o nível de reversibilidade concreta.
- Cada estado é percebido como resultado de uma
transformação.
- As transformações são assimiladas às operações.
- Não chega a criar hipóteses, age desde o começo
coordenando as leituras sucessivas, o que significa
estruturar a realidade na qual atua.
O Pensamento Formal
Características:
- É essencialmente hipotético-dedutivo; a dedução
se refere a enunciados hipotéticos, isto é, as proposições
se referem às hipoteses ou apresentam dados apenas
como simples dados.
- Utiliza a lógica das proposições que é a lógica de
todas as combinações possíveis do pensamento
- Constitui um sistema de operações de
segunda potência, ou seja as perturbações
são seriações de seriações, as combinações são
multiplicações de multiplicações, etc.
- O caráter funcional mais fundamental, é a inversão
de sentido entre o real e o possível.
- Chega a uma nova forma de equilibrio por
possuir instrumentos mais complexos de coordenação
que engloba todos os
campos parciais, característicos
do pensamento concreto, coordenando-os num sistema geral.
O Real e o Possível no Pensamento Formal
Para conceber o possível, o pensamento formal, é obrigado
a dispor de uma grande amplitude de operações virtuais, que
ultrapassam o domínio das operações momentaneamente utilizadas
de fato (Real).
Tais operações virtuais constituem uma condição necessária de
equilibrio, isso por duas razões:
- por corresponderem a transformações virtuais;
- por constituirem um sistema rigorosamente
reversível do ponto de vista lógico.
O Problema das Estruturas
O sistema está em equilibrio quando as operações de que o sujeito
é capaz, constituem uma estrutura tal que
essas operações sejam suscetívies
de ser realizadas nos dois sentidos (seja
por inversão estrita ou negação, seja por reciprocidade ).
Portanto, é porque o conjunto das operações possíveis
constitui um sistema de transformações virtuais que se compensam -
na medida em que obedecem às leis da reversibilidade-
que o sistema está em equilíbrio.
Assim, a reversibilidade
operatória e o equilíbrio do sistema são uma única e a mesma coisa.