PREPARAÇÃO

Audiência

Todas as vezes em que alguém é convidado para fazer uma conferência, a primeira pergunta deveria ser: "De que maneira será composta a platéia: quantas pessoas, qual a variação de idade, conhecimento e nível de experiência"?. O tema e conteúdo podem então serem desenvolvidos sob medida para este grupo.

A quantidade de detalhes técnicos, os tipos de exemplos e os objetivos principais irão variar dependendo se a platéia é composta de especialistas no assunto ou um grupo de leigos. É praticamente impossível repetir a mesma conferência para uma platéia totalmente diferente.

Tema

O tema escolhido deve não apenas ser importante para a platéia a que se dirige, como também deverá ser apresentado no tempo concedido. O conferencista deve decidir se o tema será de larga abrangência ou se terá um foco estreito.

Após selecionar o tópico, o próximo passo crítico é delinear os limites apropriados. Um nível mais ou menos definido deve ser mantido, e o conteúdo de informação deve ficar dentro desses limites. Na decisão do que incluir, os pecados por excesso batem de longe os pecados por omissão. A maior parte dos conferencistas, aí incluídos inclusive aqueles com muita experiência, tentam incluir em suas apresentações o maior número possível de informações. Com medo de deixar alguma coisa de fora, o conferencista tenta espremer juntos o comum, o infreqüente e o extremamente raro.

Enfatize as regras gerais. É exemplar o professor que, confiando na sua experiência do que a platéia pode estar deixando de apreender, deixa de lado as minúcias, e reforça aquilo que é prático e provável de ocorrer.

Detalhes exaustivos e listas enciclopédicas devem ser deixados para livros-texto, que devem ser relativamente completos. Apresentar um tema livre é um desafio especial, tão árduo quanto o trabalho científico de pesquisa que precede a apresentação. Horas intermináveis de pesquisas devem ser condensadas numa fração de hora, geralmente 10 a 12 min. Com um tempo tão curto de explanação, a seletividade deve ser rigorosa.

O conferencista não deve cair na armadilha de supor que a audiência entende tanto do assunto quanto ele. É melhor deixar insatisfeitos alguns sofisticados ouvintes dizendo que "fórmulas matemáticas complexas foram usadas para analisar a validade estatísticas desses dados" do que desnortear uma platéia inteira com a apresentação de fórmulas trabalhosas.

É fortemente recomendado um rascunho breve do que será a forma de apresentação. É obrigação do conferencista não apenas coletar os dados, mas apresentá-los de uma maneira coerente. O rascunho deve fornecer uma estimativa aproximada do número e tipos de exemplos que serão necessários, as projeções complementares com textos que irão reforçar a mensagem e o método pretendido de coletar os exemplos ilustrativos apropriados e os dados de suporte.