CONDIÇÕES DE INCLUSÃO


(Reguladores: "Todos" e "Alguns")



Bibliografia:

PIAGET, J. e INHELDER, B. Gênese das Estruturas Lógicas Elementares. Rio de Janeiro: Ed. Zahar, 1983. 3 ed. 356p. (Capítulo III)


Aqui abordaremos a chegada ao problema da Inclusão de Classes, mas para tal é necessário a coordenação da extensão (todos e alguns) determinados por um certo número de relações em compreensão.

A inclusão está  vinculada à regulagem do "todos" e do "alguns" em função da compreensão dos termos a quantificar.

  • Piaget explica que a utilização dos quantificadores "todos" e "alguns" é o êxito ou o insucesso, esta utilização se deve ao tipo de classificação que o sujeito faz, ou seja, ao nível das coleções figurais , os elementos são reunidos num objeto único ( alinhamentos ou objeto complexo) , de tal forma que o enunciado "todos" se aplica completamente ao objeto único ou não. No nível das coleções não-figurais , se complica um pouco, pois o sujeito tem necessidade de reunir os "todos" num objeto coletivo e figural único para atribuir-lhe esta propriedade, no entanto não atinge o nível das inclusões por hierarquias, existe um limite para a chegada a inclusão do "todos", se vê reduzido para a validade desta expressão.

    Antes da criança chegar ao nível das inclusões ela não consegue manejar com as relações de reciprocidade e simetria , podemos afirmar que ela se limita a julgamentos de forma , sem comparar ainda as duas coleções totais. Importante salientar que Piaget chama bastante a atenção para a explicação da falta de inclusão, por vários fatores, a saber: por inantenção ou falta de compreensão da tarefa pela criança, ou pela leitura através da percepção dos elementos (portanto visual) , pela dificuldade de estabelecer ao mesmo tempo relações de reciprocidade e inversão na quantificação. Assim sua preocupação é com   a gênese da estruturação desta categoria lógica.

    No nível lógico da classe (nível III) uma característica só é considerada como constitutiva se for aplicada a todos os elementos por extensão e compreensão, de forma correspondente e intercalada. Assim a palavra "alguns" e "todos" passam só ser consideradas com permanência e não mais com o sentido flutuante antes apresentado.

    Apesar da imprecisão ou variabilidade que aparece no pensamento das crianças, antes do nível lógico das classes, Piaget destaca algumas hipóteses importantes para tal procedimento, a saber: salienta que todos os sujeitos, mesmo os do início da fase, consideram os "todos" e os "Alguns" mesmo que não cheguem a caracterizar verbalmente esta definição, referindo-se apenas a coleções momentâneas e restritas, ou ainda quando consideram os "Alguns" como um sentido absoluto, vinculado ao número de elementos e não um sentido relativo de parte ou subclasse posta em relação a outra.

    O mecanismo da inclusão depende da coordenação entre a compreensão e extensão das coleções construídas pela criança.